A central de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), recebeu de 2017 até o momento, 49,724 trotes, sendo grande parte vinda de orelhões em frente às escolas. Segundo o coordenador do SAMU, dr. Ricardo Alves Rapassi, cerca de 90% dos trotes são identificados. Ele diz que a dificuldade é explicar à população a importância da motolância, já que na pandemia, o número de atendimentos mais que dobrou, passando de uma média de 20 a 25 para 70 no período mais crítico.
“A gente identifica os trotes sem precisar deslocar a ambulância, mas atrapalha muito nosso trabalho, porque o atendente ou médico, já começa a prestar o atendimento e depois que vai descobrir que é trote. Em ‘casos extremos’ há envio de viatura. A vantagem da motolância é que conseguimos triar melhor a situação. Às vezes a ocorrência entrou como acidente de múltiplas vidas, e quando a gente chega lá vê que não é assim, que há apenas uma pessoa precisando só de uma unidade de suporte básico onde vai um técnico e um socorrista por exemplo”, explicou.
Coordenador do Samu, dr. Ricardo Alves Rapassi
Ainda de acordo com Rapassi, no ano passado houve muitos atendimentos de pessoas com sintomas de covid pedindo transporte ao hospital. “Chegamos a fazer 70 transportes em um dia, sendo uns 70% só de covid. A população percebeu o quanto trabalhamos nessa época e apesar da tristeza pela doença, as pessoas passaram a enxergar o trabalho da saúde e que a força humana faz tudo andar”, pontuou.
Nos últimos quatro anos e meio, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vem trabalhando na evolução do atendimento. Para manter números positivos, em 2017 o serviço de motolância, que estava parado foi reativado. Já a frota de ambulâncias foi totalmente renovada em 2019. Atualmente, o Samu conta com quatro viaturas avançadas, dez básicas, duas motolâncias, todas em operação. Há ainda a reserva técnica, que é quando uma viatura vai para manutenção outra substitui para não parar o atendimento.
“Com isso, conseguimos fazer uma manutenção preventiva, o que dá mais segurança para os servidores e durabilidade para o veículo. Entregando um serviço melhor para a população”, explicou o coordenador. O Samu atende Campo Grande e mais 11 cidades como, Sidrolândia, Terenos, Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Ladário, Ribas do Rio Pardo, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de MT, Camapuã e Coxim.
O serviço atende a população em residências, locais de trabalho e vias públicas e conta ainda com uma equipe multiprofissional, composta por técnicos auxiliares de regulação médica, operadores de frota, condutores-socorristas, técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos, todos capacitados em urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, obstétrica e psiquiátrica.
Motolância
Para fazer os atendimentos, os socorristas utilizam todos os equipamentos de proteção individual necessários, como capacete, luva, colete especial com sistema de airbags, joelheiras e protetor de tórax, e levam todo o material necessário para iniciar o atendimento. Tem kit de oxigênio, kit de intubação, de vários procedimentos. A equipe, que é formada por enfermeiros e técnicos de enfermagem, já desce no local com tudo para não perder tempo, porque quando se tem um caso grave, é primordial que já se inicie o atendimento o quanto antes.
Socorrista do Samu em atendimento de moto
Doadas pelo Ministério da Saúde em 2009, as motolâncias estavam paradas até 2017 e passíveis de devolução se não iniciassem a operacionalização. Marcel Nobre explica ainda que para ser motosocorrista precisa participar de um curso especifico para pilotagem de moto, e somente depois entra para a equipe.
“Nós fizemos este curso com a PMMS, com o pessoal da BPtran. Somente depois do curso estamos apto para fazer a pilotagem. Hoje temos dez profissionais que compõem a equipe de motosocorristas, sendo quatro enfermeiros e seis técnicos de enfermagem. A finalidade da moto é dar suporte, no menor tempo resposta possível, em situações que é primordial a necessidade de mais rapidez”, finalizou.
Serviço
O Samu faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências. O serviço, disponível através do número 192, atende os casos de urgência e emergência, com a missão de reduzir o intervalo terapêutico para o paciente e com isso evitar a morte, reduzir sequelas e amenizar o sofrimento.
(Informações da Assessoria- Foto: Karine Matos/Prefeitura de Campo Grande)