Prefeitura de Dourados, através da Semed (Secretaria Municipal de Educação), realiza na semana do dia 18 ao dia 22 de outubro a Semana de Conscientização da Dislexia. As escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino) darão início aos trabalhos para inclusão do tema. As ações celebram o Dia Municipal de Conscientização da Dislexia, comemorado no dia 10 de outubro.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Ana Paula Benitez Fernandes, a escolha da realização das atividades ocorre na semana em que as crianças voltam para o modelo 100% presencial. Dessa forma, todas as crianças participarão das atividades.
“Como nós estamos na ‘semana do saco cheio’, que não é letiva, nós optamos por começar as ações na semana próxima segunda-feira. Cada instituição será responsável pelas apresentações nas unidades escolares, seja com cartazes, ou apresentações aos alunos e a equipe escolar”, pontuou.
Conforme um levantamento produzido em 2016 pela Associação Brasileira de Dislexia, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% a 10% da população mundial. Toda criança com dislexia, ou algum outro transtorno de aprendizagem, geralmente tem seu quadro identificado com uma dificuldade escolar.
Entretanto, nem toda dificuldade escolar é um transtorno de aprendizagem. Um transtorno envolve dificuldades persistentes, não transitórias. “Falar sobre a dislexia é uma forma de incentivar e identificar esse transtorno. Quanto mais informações os educadores possuírem acerca desse transtorno melhor será a condução adequada desses alunos”, destacou a psicóloga escolar no Núcleo Social e Psicopedagógico, Heloisa Bortolotto da Silva.
O que é dislexia?
A dislexia é caracterizada pela dificuldade na fluência correta na leitura, no reconhecimento das letras e na associação entre sons e letras. A criança possui dificuldade em compreender que uma palavra é formada por partes menores (letras e sílabas) e costumam ter dificuldades quando associam o som à letra, o que os levam a trocá-las ou escrevê-las em ordem contrária.
A dislexia apresenta níveis diferentes: leve, moderada e severa. A depender do prejuízo apresentado na aprendizagem. Com isso, o Instituto ABCD desenvolveu uma cartilha, “Conversando com os Pais sobre Dislexia e Outros Transtornos de Aprendizagem”, que apresenta algumas dificuldades enfrentadas por pessoas com dislexia, de acordo com cada fase de aprendizagem.
Possíveis Sinais na Pré-Escola: Demora na formação de frases completas; Persistência de fala infantilizada; Troca de fonemas (sons) na fala; Demora na incorporação de palavras novas ao vocabulário; Demora para perceber ou produzir rimas; Dificuldade em reproduzir uma história na sequência correta; Atraso para aprender cores, formas e números; Dificuldade em escrever e reconhecer as letras do próprio nome; Problemas para contar e lembrar nomes de símbolos.
Possíveis Sinais no Ensino Fundamental (1° ao 5° ano): Inversão da grafia de letras e números, escrevendo “6” em vez de “9”, trocar “p” por “b”, por exemplo; Lentidão ao copiar o conteúdo da lousa; Dificuldade para aprender as letras do alfabeto; Dificuldade para planejar a grafia de letras e números; Problemas ao soletrar, separar e sequenciar sons; Dificuldade em escrever com a letra cursiva.
Possíveis Sinais no Ensino Fundamental (6° ao 9°): Tendência a inventar ou adivinhar as palavras; Dificuldade de soletração; Resistência em ler em voz alta; Prejuízo na organização da escrita; Demora para finalizar as tarefas; Dificuldades para compreender textos, piadas, provérbio, gírias e problemas matemáticos.
Caso a criança apresente sintomas, ainda é preciso que ela tenha o diagnóstico do transtorno, que deve ser realizado por equipe multiprofissional: neurologista, psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo.
(Com assessoria. Foto: Divulgação)