Depois de 70 dias esperando reverter o resultado das eleições no Brasil, manifestantes contrários à eleição do presidente Lula foram obrigados a deixar a avenida Duque de Caxias.
As últimas barracas do acampamento dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram desmontadas nesta tarde, em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), onde estavam desde 31 de outubro.
A saída não foi espontânea. Notificação da DEOPS (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social) determinou a desmobilização, depois de ordem do STF (Supremo Tribunal Federal). Coube as polícias estaduais cumprirem a ordem judicial.
A delegada Cláudia Angélica Gerei não falou com a reportagem, mas esteve no local junto com investigadores e a Polícia Militar, que também acompanhava os últimos manifestantes que estavam lá.
O fim da mobilização ocorre cerca de cinco horas após a notificação da delegacia e é resposta aos atos de vandalismo que depredaram prédios dos 3 poderes ontem em Brasília.
Hoje, apena 30 pessoas e nove barracas resistiam neste final de acampamento. Ninguém quis falar com a imprensa, pelo contrário, a reação diante dos jornalistas foi bastante agressiva.
Nos mais de 2 meses que ficaram no local, uma extensão de cerca de 250 metros da Duque de Caxias se “vestiu de verde e amarelo”, com pessoas dizendo lutar pela pátria. Além de muitas repetições do Hino Nacional e orações, os manifestantes mantiveram uma rotina de revezamento, para que sempre houvesse protestos no local.
Também foram várias carreatas e passeatas no tempo que ocuparam o canteiro principal da avenida. Famílias inteiras reforçavam o ato aos fins de semana. Muitos, inclusive, passaram Natal e Ano Novo no local.
Os pedidos eram muitos, começaram pela anulação das eleições e foram até defesa de intervenção militar.