Símbolo de resistência Guarani-Kaiowá em Dourados, a líder indígena Damiana Cavanha faleceu na tarde desta terça-feira (7), aos 81 anos. A informação foi confirmada pela entidade Aty Guasu, nas redes sociais.
“Hoje mais uma guerreira faleceu. Resistiu a inúmeros despejos e a violência sofrida por fazendeiros. Dona Damiana viveu mais de 30 anos na beira da rodovia, com esperança de ter seu tekoha demarcado. O povo Guarani-Kaiowá se encontra de luto no momento”, diz a publicação.
Até o momento, não há informações sobre as causas da morte, assim como o local de velório e sepultamento.
Em 2016, a reportagem contou a história da indígena, que disse não saber a idade. Com mais de 70 anos, Damiana ocupava o território reivindicado na BR-463, que pertence à fazenda Serrana. “Eu não vou abaixar meu cabeça. Vamos à luta. Vamos levar para frente a luta”, disse a reportagem.
À época, morava com o filho, Nivaldo, na aldeia, onde nova cruzes enterradas representavam a vida de Reginaldo Caires de Souza, 22 anos; Gabriel Lopes, 4 anos; Vagner Freitas, 40 anos; Sidnei Caires de Souza, 35 anos; Alzira Melita, 90 anos; Ilário Caires de Souza, 50 anos.
Sua vida foi retratada no documentário “Apyka’i – Os Mortos tem voz”, produzido pelo Comitê de Solidariedade aos Povos Indígenas, da cidade de Araraquara (SP).