Economia

Sem chuvas, além da inflação, Brasil pode estagnar economicamente

Inflação de alimentos também deve aparecer como “vilão” para o bolso dos brasileiros.

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Análise feita pela RPS Capital aponta que, caso não volte a chover  no quarto trimestre do ano, o resultado direto para o Brasil tende a ser uma combinação de fraqueza econômica e preços em alta, a chamada “estagflação”. O mais recente Boletim Focus, do Banco Central, indica uma perspectiva de crescimento da economia de 2,04% -sendo que já foi de 2,1% há um mês e de 2,5% no começo do ano.

Combinada com o aumento de energia, a inflação de alimentos também deve aparecer como “vilão” para o bolso dos brasileiros. Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação subiu  0,96% em julho, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta foi de 1,19%. No ano, são 4,76% acumulados pelo indicador e 8,99% no período de 12 meses.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta no mês. Nesse contexto, a maior pressão veio do aumento de 3,10% na habitação, pela alta de 7,88% na energia elétrica.

Além disso, a economia se beneficiou de um avanço na vacinação, o que deve movimentar o setor de serviços no segundo semestre. “Esses negócios estão em um momento de recompor preços e a inflação de serviços mostrou que está viva”, diz o analista.

Conforme o setor for reabrindo, a inflação como um todo também deve ficar mais alta. “São vários choques sequenciais e acontecendo ao mesmo tempo, criando uma tempestade perfeita para o BC”, diz o economista.

Diante desse quadro, caso o período de seca seja prolongado e não tenha chuva no fim do ano, cresce a possibilidade de que a economia não aguente mais um choque, explica Barros. “Uma seca mais aguda poderia gerar um cenário de estagflação.”

A geração hidrelétrica continua representando a maior parcela do parque gerador do país, que já representou 90% durante o apagão de 2001 e está em torno de 70%. Com a seca histórica, os reservatórios atingiram nível crítico e o governo precisou acionar térmicas (mais caras) para manter a geração.

“A reabertura da economia ajuda, mas tem de ter energia. Sem energia, isso vai derrubar o PIB (Produto Interno Bruto) e aumentar a inflação no ano que vem.”

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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