Meio Ambiente

Reproduzidas em viveiros, aves ameaçadas de extinção são soltas na natureza

Projeto tem viveiro em Brasilândia e mutum-de-penacho recebe equipamento radiotransmissor

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Dez aves da espécie mutum-de-penacho, ameaçadas de extinção, que estavam no viveiro do município de Brasilândia foram soltas na natureza. Os animais foram capturados em outubro e novembro do ano passado, na ação do projeto da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que atua para preservar os animais.

Na segunda etapa do projeto para a conservação da biodiversidade na área de influência da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), localizada no leste de Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo, 20 aves foram resgatadas.

Elas estavam no Centro de Conservação de Aves Silvestres da Usina Hidrelétrica de Paraibuna, no Vale do Paraíba, sendo depois transferidas para os viveiros implantados em duas áreas de conservação ambiental: dez para a Área de Soltura e Manejo de Fauna da Fazenda Cisalpina, Unidade de Conservação de Brasilândia, e outros dez, para a Área de Soltura e Manejo de Fauna da Foz do rio Aguapeí, em Castilho.

Nos viveiros, as aves receberam equipamentos radiotransmissores no dorso e acompanhamento constante pelas equipes técnicas. Depois de 30 dias, começou o processo de soltura branda, em que abrem as portas dos viveiros e as aves continuaram recebendo alimentação dos tratadores.

Entretanto, os alimentos são escondidos na mata para incentivar a integração das aves ao ambiente, até que o viveiro seja por fim fechado.

Segundo o gerente de Sustentabilidade e Operações da Cesp, André Rocha, o projeto foi iniciado há 20 anos e com essa soltura, a empresa encerra parte do plano.

O centro de conservação é um dos poucos do país a realizar a reprodução de mutuns em cativeiro. “Com essa soltura, estamos fechando com chave de ouro esse projeto, quando cerca de 40 aves foram resgatadas das áreas de formação do reservatório de Porto Primavera e levadas para o centro de conservação da companhia”, disse.

Rocha detalha ainda o processo que além da captura da ave, consiste na construção de cativeiros, estudos e planejamento estratégico. “Foram feitas ainda avaliações constantes dos animais, incluindo exames médicos e treinamentos comportamentais, visando garantir que eles estejam saudáveis e aptos para a soltura, além das preparações para a viagem da UHE Paraibuna até as unidades de conservação, tudo para reduzir qualquer estresse dos animais e garantir que eles cheguem bem e saudáveis”, completa.

Primeira etapa – A primeira etapa do projeto foi realizada entre os meses de outubro e novembro, quando os primeiros 20 indivíduos foram transferidos do Centro de Conservação para as áreas de conservação ambiental em Brasilândia e Castilho.

Em 26 novembro, após período de quarentena das aves, foi iniciada a ação de soltura branda.

Para receber os mutuns, dois viveiros semelhantes ao existente no Centro, com 17 metros de comprimento, por 4,5 metros de altura e 7,8 metros de largura, foram construídos nas duas propriedades com o objetivo de facilitar o processo de adaptação das aves.

Espécie – Com cerca de 60 centímetros de altura e pesando de 2,5 a 3 quilos, o mutum-de-penacho também é conhecido por ser um excelente dispersor de sementes.

Como se trata de um animal de solo – ele sobe em árvores somente para dormir -, o mutum se alimenta de pequenos insetos e de sementes de árvores, o que ajuda a disseminá-las pela região e contribuir para o processo natural de reflorestamento e conservação da flora.

(Fonte: CampoGrandeNews. Foto: Divulgação)

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