Mulheres que cumprem pena em regime fechado, na Capital, iniciaram, nesta segunda-feira (25), o curso de Higiene e Manipulação de Alimentos, que visa contribuir para ampliar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho quando conquistarem a liberdade.
Oferecida pela Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat), a capacitação é resultado de parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da direção e do setor de Educação do presídio, e a Subsecretaria Municipal de Políticas para a Mulher (SEMU).
“Esta é uma ótima oportunidade de aprender, com pessoas especializadas na área. Após a nossa saída do presídio poderemos ter um horizonte e portas novas se abrirão”, revela a reeducanda Maria Aparecida Carvalho de Souza, que descobriu a profissão de cozinheira dentro da unidade penal.
Ela é uma das 30 internas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ) que estão sendo capacitadas. A abertura do curso foi realizada na manhã, desta segunda-feira e contou com a presença de representantes das instituições envolvidas.
Na abertura, o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, destacou o trabalho dos servidores de carreira na busca constante por ações e projetos que contribuam na reinserção social dos apenados. “Este empenho tem elencado Mato Grosso do Sul a se tornar referência nacional, o que contribui ainda mais com a ressocialização”, afirmou.
A subsecretária da SEMU, Carla Stephanini, parabenizou o trabalho realizado dentro do sistema prisional do Estado e informou que a missão da parceria é promover a empregabilidade. “Existe uma vida lá fora, desejo que tenham condições plenas de se reorganizarem quando estiverem em liberdade, e para ter uma vida digna o trabalho é fundamental”, disse.
Com carga horária de 10 horas, a capacitação envolve aulas teóricas e práticas e será ministrada pela professora Bárbara Cristina Melo da Silva, abrangendo assuntos como coronavírus; uso de celular dentro da área de manipulação; tipos de contaminação; doenças transmitidas pelo alimento; e microbiologia em geral.
O diretor-presidente da Funsat, Luciano Martins, reforçou que a iniciativa possibilita às mulheres a oportunidade de saírem com uma colocação melhor no mercado de trabalho, além de vislumbrar a progressão de regime, a partir da remição de pena pelo estudo. “A intenção é implantar novos cursos e expandir para outras unidades penais”, destacou.
Já a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, ressaltou a importância de cursos de capacitação profissional no ambiente prisional, que são responsáveis por levar melhores perspectiva às reeducandas.
Presa há um ano, a interna Josiane Ferreira da Cruz atua na cozinha da unidade há sete meses e encontrou no trabalho uma oportunidade de crescer como pessoa e profissional. “O mercado de trabalho lá fora está difícil e com esse curso teremos uma chance a mais, além de trazer atualização para o nosso serviço aqui”, conta.
As aulas fazem parte da capacitação oferecida para a população e, é uma exigência Federal, com autonomia municipal. “Qualquer pessoa que pretende manipular alimento, precisa dessa capacitação”, destaca a ministrante durante a aula inaugural.
“Qualificação profissional é de suma importância para que saiam melhor do que entraram, estar aqui aprendendo já é um diferencial; levem isso como uma forma de vida”, afirmou o chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, delegado André Matsushita, parabenizando a atuação da Agepen.
As ações que promovem a reintegração social dos custodiados são coordenadas pela Diretoria de Assistência Penitenciária da autarquia (DAP).
Também estiveram presentes a diretora da DAP em substituição, Maria Nôemia Araújo Rodrigues; a chefe da Divisão de Assistência Educacional, Rita de Cássia Argolo Fonseca; a chefe da Divisão de Trabalho Prisional, Elaine Cecci; além de servidores penitenciários e convidados.