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Projeto Aurora leva oportunidade de ressocialização a futuras egressas

Nome do projeto faz referência à possibilidade de se escrever uma nova história longe da criminalidade

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Com objetivo de monitorar a evolução do cumprimento da pena de internas do Estabelecimento Penal Feminino de Regimes Semiaberto e Aberto de Campo Grande (EPFRSAAA-CG), e sua consequente reinserção social, foi lançado, nesta semana, o Projeto Aurora. A proposta é trabalhar todas as facetas que compõem o universo da pessoa em transformação, desde o conhecimento da estrutura de apoio familiar até a sua qualificação profissional, a fim de que seja possível oportunidade de inserção em trabalho lícito e a realização de sonhos, reduzindo as chances de reincidência.

A iniciativa foi idealizada pela 50ª Promotoria de Justiça, por meio da promotora Jiskia Sandri Trentin, e conta com a parceria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), além de uma rede de apoiadores composta pelo Escritório Social, Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS),  Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat), Subsecretaria Municipal de Políticas para a Mulher (SEMU), o Laboratório de Saúde Mental e Qualidade de Vida no Trabalho (UCDB) e o Instituto Rorschach do Mato Grosso do Sul.

“O Aurora nasceu de uma inquietude de saber que algo precisa ser feito com os números da criminalidade que aumentam incessantemente, da insatisfação com nosso trabalho porque ainda não conseguimos atingir um ideal de ressocialização que nós queremos e do sonho de transformar pessoas que se afastaram para o crime, mas que querem e precisam de uma nova oportunidade”, destacou em discurso a promotora, durante o lançamento oficial do projeto. “Nós sabemos que não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar a vida de alguém”, complementou, referindo-se à rede de apoiadores formada em prol do projeto.

Para o desenvolvimento do trabalho, a titular da 50ª Promotoria de Justiça realizou entrevistas com reeducandas participantes para a elaboração de um Plano Terapêutico Transformador Singular (PTTS), para cada uma, que será complementado pelos demais profissionais de outras áreas envolvidas. Por meio dele, é traçado o perfil da futura egressa, conhecido o seu projeto de vida, suas dificuldades, se possui alguma habilidade e qual sua perspectiva de mudança após o cumprimento de sua pena. “O forte será o atendimento individual personalizado”, pontuou Jiskia.

No dia 5 de novembro está previsto o início dos encontros do grupo, com a participação da psicóloga do Instituto Rorschach, Ignez Charbel Stephanini, e da responsável pelo Laboratório de Saúde Mental e Qualidade de Vida no Trabalho da UCDB, psicóloga Liliana Andolpho Magalhães Guimarães. “Neste grupo operativo, trabalharemos questões dos aspectos emocionais e psicológicos, voltados à ressocialização”, informou Ignez. As outras frentes serão desenvolvidas pelos demais parceiros, conforme a área de atuação de cada um.

Ao todo, 14 reeducandas integram o projeto, inicialmente, e já participaram do Curso “Método CIS – em casa”, do coach Paulo Vieira, e curso de inteligência emocional “Método EVO-Sem Limites”, ministrado pelo coach Márcio Micheli. Além disso, se comprometeram a participar das dinâmicas individuais e em grupo, além de esforçar-se para o recebimento das orientações.

Sugerido pela responsável pelo Setor de Trabalho do EPFRSAAA-CG, servidora Phamella Rita Gimenez Santana Deniozevicz, o nome do projeto faz alusão ao nascer do sol, em referência à possibilidade de se escrever uma nova história longe da criminalidade. 

É o que acredita a interna Janaína Nascimento Barbosa dos Santos. “Nossa expectativa com esse projeto é de crescimento pessoal, educacional e profissional, apoio às nossas famílias e, por que não, a realização de sonhos também. É muito importante esse voto de confiança neste momento de tantos desafios e enfrentamentos; esse apoio e incentivo são fundamentais, são a grande diferença entre o nosso fracasso e nosso sucesso”, agradeceu.

Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a missão da instituição em oportunizar mecanismos de reinserção social após o cumprimento de pena só é possível graças a instituições parceiras que somam esforços para o desenvolvimento de ações. O dirigente reforçou que, para que essas iniciativas se tornem realidade também há um grande empenho dos servidores penitenciários.

“O projeto Aurora vai oferecer atenção e acolhimento de forma individualizada e tem como estratégia o combate à reincidência criminal. Será um trabalho de muitas mãos em prol de um único objetivo: que essas mulheres tenham condições de construir um novo caminho”, finalizou Aud.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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