No primeiro dia após o pagamento da primeira parcela do 13º salário, o centro de Campo Grande, referência comercial na cidade, permaneceu relativamente tranquilo na manhã desta sexta-feira (1º), mesmo com o dinheiro extra disponível nas mãos dos trabalhadores, sem os descontos habituais.
Lojistas apontam que o fraco movimento tem sido uma constante ao longo do ano e em outras datas comemorativas. A aposta para impulsionar as vendas está no recebimento da segunda parcela do 13º salário e nas festividades de fim de ano.
“Este ano as vendas estão muito fracas, principalmente em novembro, e esperamos que o fim de ano seja melhor para a loja. No ano passado foram boas, mas não estimamos ultrapassar a meta este ano, até porque desde o Halloween as vendas estão fracas”, afirmou Hermes Henrique, proprietário de uma loja voltada para o universo geek. Mesmo diante do movimento fraco, ele ampliou e diversificou o estoque para atrair mais clientes nas vendas de Natal.
Mesmo em uma boa localização na região central, a gerente da loja, Angela Costa, acredita que muitos consumidores migraram para shoppings, principalmente em razão do forte calor enfrentado em Campo Grande nos últimos dias.
“O calor afastou muitos clientes do Centro, e infelizmente não há investimentos na infraestrutura para atrair aqueles que preferem ir para o shopping por ser climatizado. Mas esperamos uma melhora no fim do ano, embora tenha caído o décimo e não tenha havido aumento nas vendas”, completou a gerente.
A atendente Camille Pinto, 19 anos, que trabalha há pouco tempo com carteira assinada em Campo Grande, informou que a primeira parcela do 13º foi baixa, mas que tem percebido que os consumidores não estão gastando muito em compras e que os preços altos têm contribuído para isso.
“A minha primeira parcela do 13° vou gastar com coisas que minha filha precisa, mas o comércio não baixou os preços para atrair clientes. Eu, como trabalho como atendente, percebo que não tem muita gente gastando e que estão segurando o máximo de dinheiro possível”, observou a jovem.
Omar Aukar, vice-presidente da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), enfatizou que tradicionalmente os trabalhadores usam a primeira parcela para quitar dívidas atrasadas. Ele acredita que a decisão do governo estadual de pagar o 13º de forma integral no início de dezembro aquecerá o comércio antes do dia 20, quando é paga a segunda parcela.
“Este ano a gente vai ter uma novidade, porque pela primeira vez, o pessoal do serviço público do Governo do Estado, que é um montante bem considerável, vai receber parcela única no dia 9. Isso deve fazer uma diferença boa. A expectativa é positiva, acho que teremos um Natal melhor, até porque estamos saindo de uma situação complicada com os anos de pandemia. Ano passado já deu uma melhoradinha, mas a expectativa é que este ano teremos um Natal melhor”, concluiu Aukar.
Expectativa – O comércio em Mato Grosso do Sul projeta uma movimentação de aproximadamente R$ 1 bilhão na economia durante as celebrações de fim de ano. Segundo levantamento realizado pelo IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS) em colaboração com o Sebrae MS, desse montante, R$ 595 milhões serão movimentados no período do Natal, enquanto R$ 410,07 milhões marcarão a entrada do Ano Novo.
A pesquisa foi conduzida entre os dias 1º e 7 de novembro, abrangendo os municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá/Ladário e Três Lagoas.