Foram homologados 134 veículos com gás natural veicular (GNV) em Mato Grosso do Sul de janeiro a julho deste ano, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS).
Na comparação com o mesmo período de 2020, a alta é de 139,28%. Naquele período, foram homologadas 56 conversões. Em 2021, foram 80 registros.
A frota atual homologada no órgão estadual é de 1.673 veículos totais. Segundo a Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGás), são atendidos cerca de 2.100 veículos em MS. Apesar da alta na homologação, profissionais da área comentam que há muito mais veículos convertidos em MS.
Com o preço médio para conversão na casa dos R$ 5,3 mil, além de encargos e taxas que custam R$ 1,5 mil, muitos proprietários se assustam com o investimento e alguns acabam até mesmo deixando de lado a regularização do sistema.
Conforme Dalila Duarte, sócia proprietária da GNV Tech, custa R$ 1,5 mil para deixar tudo em dia no órgão estadual. “Primeiro, você tem de pagar R$ 200 para fazer o serviço. Depois de instalado, é necessário pagar R$ 430 para uma vistoria do Inmetro. Para alterar a documentação do veículo, são mais R$ 680 no Detran, que depois ainda faz uma última vistoria, de R$ 200”, disse Dalila.
Atendente comercial da Sertec Gás, Mário Márcio diz que a conversão pode ser prejudicada se feita em um estabelecimento sem a qualificação necessária.
“O custo para homologar um GNV e fazer a conversão em empresas não homologadas pode ser muito alto. Nesses lugares, o condutor pode não ter a noção de que o cilindro tem um prazo de validade. Nós costumamos dizer que essas oficinas fazem conversão de fundo de quintal”.
Ele ainda afirma que, por estarem utilizando serviço não regulado, a regulamentação no Detran também fica prejudicada. “O condutor é obrigado a fazer requalificação do cilindro a cada cinco anos. E para isso ele precisa de um lugar apto para a requalificação”.
Esse trabalho, de acordo com o atendente, é praticamente o restauro do equipamento. “Muitas vezes, você vê o cilindro bonitinho, pintado e firme, mas não tem ideia de que está fora de uso. O condutor que tem o cilindro dentro do veículo precisa de vistoria para que o licenciamento seja liberado. Sem ela, o veículo não transita em segurança”, finaliza.
De acordo com o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), é fundamental que não sejam utilizadas peças de outros automóveis nas instalações. Os componentes de origem desconhecida podem apresentar problemas sérios, como vazamentos e falta de adequação ao tipo do veículo.
Conforme o Ipem, a única exceção permitida é a do cilindro de GNV, que pode ser novo ou requalificado, desde que tenha o respectivo certificado de requalificação.
(Fonte: Portal do Ms. Foto: Reprodução)