A influência da fronteira entre o Brasil e o Paraguai é percebida fortemente no cotidiano sul-mato-grossense. Na culinária e na cultura, os hábitos da miscigenação se tornam parte da identidade do Estado com maior influência do país vizinho. Atualmente, Mato Grosso do Sul abriga mais de 300 mil paraguaios e descendentes.
Com o objetivo de fortalecer a disseminação da miscigenação dos países fronteiriços, será realizada mais uma edição do projeto ‘Histórias e Músicas da Fronteira’, contemplado pelo FIC 2019 (Fundo de Investimentos Culturais da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul). O projeto conta com apoio das prefeituras municipais de Ponta Porã e Mundo Novo, investimento do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e realização da Gravidade Zero Produções.
Com participação do jornalista e músico Rodrigo Teixeira e da banda Muchileiros, a iniciativa chega nos dias 08 e 09 de setembro de 2021 aos municípios de Ponta Porã e Mundo Novo, unindo palestras e apresentações musicais que integram a forte relação entre o Brasil e o Paraguai.
De acordo com o produtor do projeto, Thiago Coutinho, a ideia surgiu após uma conversa com Rodrigo Teixeira, estudioso e entusiasta das culturas fronteiriças. Em 2017, uma primeira edição do projeto foi realizada, à época, com participação de Dino Rocha, um dos maiores sanfoneiros do País. “O objetivo é circular com o Histórias e Músicas da Fronteira nas cidades que fazem a fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai, promovendo o acesso da população à cultura, lazer e ao resgate histórico”, explica.
Com livros publicados sobre a relação entre os países, Rodrigo Teixeira é o responsável pelas palestras, destinadas a estudantes, educadores e agentes culturais dos municípios. “Este projeto é importante, pois, leva tanto a parte teórica, por meio da palestra, quanto a prática, com a apresentação musical aos estudantes e público presente, mostrando o quanto a música paraguaia influencia a cultura sul-mato-grossense, fazendo com que a nossa música seja entendida e admirada”, avalia Teixeira.
Durante a palestra, o jornalista e músico apresenta a trajetória dessa cultura fronteiriça na cultura local, desde as primeiras gerações, como Delio e Delinha e Dino Rocha, passando por Almir Sater, Paulo Simões e Geraldo Espíndola, até chegar aos Hermanos Irmãos e bandas contemporâneas, como Surfistas de Trem. “A ideia é mostrar que os ritmos paraguaios, em especial a polca e guarânia, influenciam artistas de Mato Grosso do Sul a fazerem uma música diferenciada, fazendo com que a nossa música seja única no cenário brasileiro”, destaca o palestrante.
O primeiro município a receber a iniciativa educativa e cultural é Ponta Porã, no dia 08 de setembro. Para o diretor de Cultura da Funcespp (Fundação de Cultura e Esportes de Ponta Porã), Eder Rubens, o projeto é fundamental tanto para gestores da cultura, quanto para estudantes e professores, pois, consolida a identidade cultural da fronteira, em especial promovendo conhecimento mais aprofundado sobre o tema com as novas gerações. “É um evento culturalmente rico, com detalhes dessa raiz que nos une tão fortemente. Ao trazer nomes como do Rodrigo Teixeira e Muchileiros, a proposta se fortalece e destaca a importância da união dos dois povos”, pontua o diretor.
Vale destacar que durante a execução do projeto, que é gratuito, serão respeitadas todas as regras de biossegurança.
Mais informações pode serm obtidas pelo tefone (67) 98119-2120.