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Formaturas em presídios de MS refletem esperança de superação pela educação

Em Corumbá, internos e internas das duas unidades de regime fechado da cidade se reuniram para participar da formatura

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Vencer as barreiras do aprendizado escolar e conquistar um certificado de conclusão de ensino é um importante avanço para qualquer pessoa, mas pode ter um significado ainda maior para quem está em situação de prisão.

Em Mato Grosso do Sul, os ensinos formal e profissionalizante são realidades para custodiados nas unidades prisionais da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), que tem a educação como um dos pilares na missão de ressocializar apenados.

Nessa perspectiva, cerimônias de formatura estão sendo realizadas em presídios do estado, como forma de marcar este momento tão especial para quem tanto necessita de um impulso para recomeçar a vida, longe do mundo do crime.

É o caso da interna Mirian Helena Paschuin do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), em Campo Grande, que concluiu o Ensino Fundamental e vê na educação um meio de se reintegrar. “Apesar de onde estamos, temos essa oportunidade de terminar nossos estudos e ter um futuro diferente”, destacou com o certificado em mãos.

A reeducanda e outras detentas, que completaram o Ensino Fundamental ou Médio no EPFIIZ, tiveram um evento solene, com direito à beca e canudo, organizado pelo Setor de Educação do presídio e a Escola Estadual Regina Anffe Nunes Betine, responsável pelo ensino na unidade.

Além da colocação de grau, a solenidade na unidade feminina contou com apresentações de dança por internas que integram o projeto de Jazz, realizado por meio de parceria entre a Agepen e a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur).

“Preparamos um momento especial para marcar esta etapa tão importante na vida dessas mulheres que estão buscando, nas salas de aula, esse caminho para conquistarem uma vida melhor lá fora”, ressaltou a chefe do Setor Educacional do presídio, policial penal Ana Lúcia Coinete.

Assim como o feminino de Campo Grande, outros estabelecimentos prisionais realizaram cerimônias para marcar a conclusão dessas fases do aprendizado. Em Corumbá, por exemplo, pela primeira vez, o momento foi celebrado em uma solenidade conjunta com a participação de internos e internas das duas unidades de regime fechado da cidade. O evento foi realizado com a Escola Estadual Dr. Gabriel Vandoni de Barros, responsável pelo ensino prisional local.

“A escola é uma oportunidade de um novo rumo, saio daqui com outro olhar. Daqui para frente é tentar cursar um curso superior”, revelou um dos concluintes do Ensino Médio no Estabelecimento Penal de Corumbá (EPC).

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

Para o diretor do EPC, Amilton Jorge da Costa Evangelista, a educação tem o poder transformador das pessoas e existe um grande empenho da equipe de policiais, bem como de professores e de toda a equipe da escola para que o ensino seja ofertado. “São profissionais que se dedicam em educar, ajudando na ressocialização”, agradeceu. “As pessoas em situação de prisão também têm direito à uma nova oportunidade e essa formatura é prova disso”, reforçou.

Ações como essas, segundo o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, são reflexos de como o sistema prisional de MS entende que oferecimento do ensino regular, bem como profissionalizante é importante no processo de reintegração, pois contribui para (re)construir o indivíduo do ponto de vista social.

Conforme o dirigente, muitos internos chegam ao sistema penitenciário com pouco ou nenhum estudo e dentro das unidades têm essa oportunidade de escreverem um novo futuro. “É muito gratificante para nós da administração penitenciária poder oferecer esses mecanismos de transformação, que vão impactar não somente na vida dessas pessoas, mas de todos que vierem a conviver direta, ou indiretamente, com elas”, finalizou.

Os ensinos Fundamental e Médio nas unidades prisionais de MS são ofertados pela Secretaria de Estado de Educação, na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). As ações educacionais são coordenadas pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen, por meio da Divisão de Assistência Educacional.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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