Os efeitos da seca que persiste no Pantanal, com nível de agravamento contínuo este ano na medida em que não chove o suficiente para recuperar os rios, baias e lagoas, não causaram até agora os danos ambientais de 2020, quando mais de 30% da vegetação da planície foram queimados pelos incêndios florestais sem controle. Estatística divulgada essa semana pela Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul aponta que a área queimada (901.325 hectares) em 2021, de 1º de janeiro a 15 de novembro, foi 46,60% inferior ao mesmo período de 2020 (1.688.175 hectares).
Os focos de calor também sofreram redução, no comparativo, apesar de a vegetação se apresentar ainda mais seca com a prolongada estiagem há pelo menos dois anos. Em 2020, foram registrados 8.739 desastres naturais no bioma, 34,14% a menor esse ano (5.755 focos).
Em áreas protegidas, a área queimada em 2021 sofreu uma queda significativa em relação ao ano passado, correspondendo a 88,02% na região da Serra do Amolar, uma das áreas mais atingidas pelo fogo; 50,82% em unidades de conservação e 42,01% em terras indígenas. Os dados foram gerados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites, da UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Ações mais efetivas
Na avaliação do Governo do Estado, a menor incidência de focos de calor e, consequentemente, de extensão dos incêndios florestais, em 2021, em um cenário de crise hídrica se agravando, se deve ao planejamento na prevenção e combate ao fogo pelo Corpo de Bombeiros, que começou a ser colocado em prática logo no início do ano.
“O aumento no número de ocorrências de incêndios florestais atendidas pelo CBMMS (11,97%, em relação ao mesmo período de 2020) é o resultado de um planejamento mais efetivo na gestão institucional, com inclusão de efetivo e abertura de novas unidades operacionais”, informou o comando-geral da corporação.
A exemplo da “Operação Hefesto”, iniciada em 7 de julho de 2021 em Corumbá, em atividade há 137 dias, já foram designados um somatório de 796 bombeiros militares de várias unidades do CBMS, em todos os ciclos operacionais. Na fase aguda dos incêndios, entre agosto e outubro, a operação contou com nove aeronaves, sendo seis Air Tractor.
Por determinação do governador Reinaldo Azambuja, foram investidos R$ 56 milhões na reestruturação do Corpo de Bombeiros (novas viaturas, treinamento e aumento do efetivo com a incorporação de 150 homens) e aquisição de um Air Tractor, por meio de licitação internacional. As medidas aumentaram a eficiência da corporação no combate aos incêndios.