Saúde

Cobertura vacinal de 18% contra a poliomielite pode trazer doença de volta

Infectologista afirma que falsa sensação de segurança também contribui para baixo alcance vacinal.

Publicado

on

Faltando uma semana para que a campanha de vacinação contra a poliomielite seja concluída em Campo Grande, a Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul vê com preocupação a cobertura vacinal das crianças entre 1 a 4 anos, que está muito aquém da meta. que era imunizar pelo menos  95% do público alvo.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde da Capital (Sesau), até o momento, aproximadamente 18% das crianças foram vacinadas, o que representa, aproximadamente, cerca de 10.500 de meninas e meninos, das 54 mil que deveriam tomar o imunizante.

Em entrevista ao Correio do Estado, a presidente da Sociedade de Infectologia de MS, Andyane Tetila, disse que os números apresentados são preocupantes, já que desde 2015 a vacinação vem diminuindo, ficando abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A médica acrescenta que quando o índice está abaixo do esperado a população não está protegida contra as doenças e a falta de imunização pode abrir lacunas e dar espaço para que determinados vírus se espalhem.

“Nesta situação a população não pode ser considerada segura, o que é muito grave. Por exemplo, novos casos de paralisia infantil podem ocorrer e trata-se de uma doença com altos índice de sequelas”, analisa.

Ainda de acordo com Tetila, a cobertura vacinal piorou muito com a pandemia e a expansão das redes de desinformação, que propagam ideias e dados falsos sobre as vacinas, fortalecendo o movimento anti-vacinação.

Outro ponto levantado pela infectologista é o fato das pessoas não terem presenciado surtos de algumas doenças, embora o mundo ainda esteja passando por uma pandemia de Covid-19. A médica chama isso de complacência, ou seja, uma falsa sensação de segurança.

“As pessoas têm essa sensação porque não conhecem as doenças e acham que não precisam vacinar seus filhos ou se vacinar. Em nosso país não há relatos de pólio desde 1989 e somos considerados livres do vírus desde 1994”, aponta.

Entretanto, é justamente essa complacência que pode fazer com que o vírus volte a circular, como já aconteceu nos Estados Unidos e Israel, que notificaram casos de poliomielite recentemente.

Por fim, a médica acrescenta que as taxas de vacinação só voltarão à normalidade por um esforço coletivo, incluindo gestores e investimento em educação a fim de propagar o conhecimento sobre os riscos de doenças como a pólio e também informações sobre a segurança das vacinas.

(Fonte: Portal do Ms. Foto: Reprodução)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas

Sair da versão mobile