A Prefeitura de Campo Grande ainda não tem a fonte de recursos para arcar com o reajuste de 10,39% nos salários dos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) e após tarde debruçada em cálculos, pediu para apresentar contraproposta à categoria nesta quinta-feira (15).
A informação foi dada pelo recém-empossado presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Kunzler Bronzoni, no fim da tarde desta quarta (14). “Não conseguiram chegar a uma fonte de recursos. Nos apresentaram alguns cálculos, mas não chegaram a fazer proposta concreta porque ainda está em construção”.
O sindicalista explica ainda que a administração municipal está trabalhando em busca do ajuste de contas para pagar pelos 10,39% de aumento acorda com a categoria sem desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. “A gente já discutiu e aprovou esse percentual, não vamos discutir mais, agora é a prefeitura encontrar uma solução. A prefeita [Adriane Lopes] já avançou em reabrir o diálogo. Nós não somos radicais, acreditamos que a prefeita vai nos apresentar amanhã uma proposta para o pagamento dos 10,39%”, disse ao ser questionado sobre o que a categoria faria caso não conseguisse chegar ao resultado almejado.
Mais cedo, Adriane Lopes conversou com o Campo Grande News e relatou a dificuldade de chegar a uma solução. “Hoje já estivemos juntos, buscando um caminho que seja plausível, tanto para a ACP quanto para a gestão. Mas, ainda não encerramos a negociação. Porque é cálculo e toda a tratativa implica em avaliação jurídica também. Estamos lidando com muita responsabilidade com o recurso público”.
Segundo apurado pela reportagem, os resultados da reunião desta tarde serão apresentados à prefeita e à ACP nesta quinta-feira, em reuniões no Paço Municipal, a partir das 8h. A assembleia geral da ACP, que estava marcada para a manhã, foi adiada para as 14h.
Na manhã desta quarta, Adriane expôs a situação complicada da administração municipal para cumprir com o reajuste previsto na tabela de escalonamento aceita pelos professores após negociações com o então prefeito Marquinhos Trad (PSD), em março deste ano, e garantida pela Lei Municipal 6.796/2022.
Na saída da reunião desta manhã, o vereador Beto Avelar (PSD) disse que a prefeitura mostrou nas planilhas a aplicação dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Pela legislação, o percentual de gasto com a folha de pagamento seria de 70%, mas a prefeitura já está em 73%, diferença que representa R$ 250 milhões/ano.
(Fonte: CampoGrandeNews. Foto: Divulgação)