Os terminais de ônibus foram fechados e Campo Grande amanheceu sem transporte coletivo nesta quarta-feira (18) após decisão do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), que não conseguiu acordo de reajuste salarial com o Consórcio Guaicurus. “Hoje não volta mais”, garantiu o presidente do Sindicado, Demétrio Ferreira de Freitas.
Em frente às garagens nesta manhã, apenas seguranças foram encontrados, assim como nos terminais. Já os motoristas de ônibus foram orientados a ficar em casa. “Nós não queríamos parar, só que chegou num ponto que a gente não tinha como adiar mais. Espero que mude de ideia e volte a conversar. Temos esperança de ter resposta positiva do Consórcio”, afirma Demétrio.
A decisão de greve foi anunciada nesta terça-feira (17) após inúmeras tentativas de negociação. “Tivemos três ou quatro rodadas de negociação antes da virada do ano. Na última a gente achou que a coisa ia andar, o Consórcio ofereceu o INPC de 6,5%, mas só também. A gente achou que não era viável”, explica. Ele complementa que dentro do acordo também está discussão da jornada de trabalho e benefícios como vale alimentação e plano médico. “Tudo isso a gente precisa reajustar”.
No dia seguinte, outra rodada de negociação foi cancelada e o Consórcio pediu um prazo. “A gente cedeu esse prazo, a princípio até dia 10 de janeiro. Então mandei ofício cobrando porque a data-base é novembro, pediu que eu segurasse e a gente segurou até dia 17, que foi ontem. O Consórcio falou que não tinha como cumprir e com essa resposta a única medida era parar”, pontua.
Segundo o presidente, enquanto o Consórcio não voltar a discutir o reajuste, haverá greve
O presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, afirmou que o problema é a demora do Município para definir o valor que será cobrado na tarifa do transporte público. “Por parte da Prefeitura, falta a definição da tarifa para que o transporte público funcione. Pedimos providência e não tivemos retorno. Hoje seria a última data legal para a Prefeitura definir essa tarifa, embora deveria ter sido 25 de outubro. A Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) que define a tarifa e repassaram R$ 7,79. Faz um ano que renovamos o valor. Agora a paralisação é uma tragédia anunciada”, concluiu.
A categoria afirma que trabalha para o Consórcio Guaicurus e não para a Prefeitura. “Eles falam que dependem da Prefeitura, mas nós não trabalhamos para o município. Trabalhamos para o Consórcio”, o presidente da Federação de Transporte de Mato Grosso do Sul, Willian Alves da Silva. Por dia, 120 mil pessoas utilizam o transporte coletivo na Capital.