Dados preliminares do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde apontam que, em 2023, 81,87% das crianças menores de cinco anos, a partir dos 12 meses de idade, se vacinaram contra a hepatite A no Sistema Único de Saúde (SUS) . O número aumentou 8,8% em relação ao ano anterior, quando foi registrado 72,99% na cobertura vacinal.
O Espírito Santo foi o estado com o maior salto: em 2022, 63,5% da população-alvo havia se vacinado contra a doença, enquanto no ano seguinte a porcentagem ficou em 86,29%, totalizando uma diferença de 22,79%. A Bahia também se destacou com 85% do público vacinado em 2023 contra 68% em 2022. Vale lembrar que os números podem sofrer alterações, devido à alimentação de dados pelas secretarias de saúde estaduais na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNSD) .
De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação , a vacina deve ser administrada aos 15 meses de vida, em esquema de uma dose, e é a principal medida de prevenção contra o vírus da doença, geralmente transmitido via fecal-oral por meio de alimentos ou água contaminados, devido aos baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal. O vírus também pode ser contraído por contato pessoal próximo ou relação sexual desprotegida.
Avanços
Em 2023, o país saiu da lista dos 20 países com maior número de crianças não imunizadas, de acordo com um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
No mesmo ano, o país alcançou grande feito: melhoria na cobertura vacinal de 13 das 16 principais vacinas do calendário infantil se comparadas às coberturas registradas em 2022.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, celebrou a conquista e reforçou que a melhora do cenário é resultado de um trabalho coletivo. A gestora ainda lembrou que o objetivo do programa Brasil Saudável , que visa a eliminação das doenças determinadas socialmente, como as hepatites virais, também passa pela vacinação. Mais de R$ 5,6 bilhões foram investidos ano passado na compra de vacinas. Já em 2024, com valores atualizados até o mês de julho, mais de R$ 7,2 bilhões foram investidos em imunizantes.
Quem pode se vacinar?
A vacina contra a hepatite A é administrada com uma dose aos 15 meses de vida. Para crianças que tenham perdido a oportunidade de se vacinar no tempo recomendado pelo PNI, a vacina pode ser aplicada até 4 anos, 11 meses e 29 dias. A vacinação de gestantes e lactantes deve ser realizada mediante a avaliação da relação risco-benefício diante da possibilidade de contrair a doença.
O imunizante também está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) , no esquema de 2 doses – com intervalo mínimo de 6 meses entre as doses – para pessoas a partir de 1 ano de idade, com as seguintes condições clínicas:
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Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive infecção crônica pelo HBV ou pelo HCV;
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Portadores crônicos do VHB;
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Coagulopatias;
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Pessoas vivendo com HIV ou aids;
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Imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora;
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Doenças de depósito;
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Fibrose cística (mucoviscidose);
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Trissomias;
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Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes; Transplantados de órgão sólido (TOS);
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Transplante de células-tronco hematopoiéticas (THCT);
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Doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), cadastrados em programas de transplantes;
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Hemoglobinopatias;
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Asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas.
Já a vacina contra a hepatite B está disponível no SUS para todas as pessoas, independentemente da idade, conforme recomendações do Calendário Nacional de Vacinação. A primeira dose desta vacina está indicada ao nascer, com a continuidade do esquema aos 2, 4 e 6 meses de vida, com a vacina penta (rotina) ou a vacina hexa acelular para crianças menores de 7 anos de idade.
Para as gestantes, a indicação é que a vacina seja administrada em qualquer idade gestacional e faixa etária, em um esquema de 3 doses, considerando o histórico de vacinação anterior e os intervalos entre as doses. A vacinação desse grupo de mulheres oportuniza, também, a prevenção da transmissão vertical do vírus hepatite B.
Por Ana Freire, Ministério da Saúde
(Com assessoria. Foto: Divulgação)