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Só projeto não basta, moradores querem ver ações efetivas na 14

Audiência pública sobre a implementação de um corredor gastronômico no local está marcada para sexta (1º)

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A vida noturna em Campo Grande começou a engatinhar com a iniciativa de empresários em abrir bares na Rua 14 de Julho, e após o sucesso com finais de semana de grande movimento, iniciou-se uma discussão na Prefeitura de Campo Grande sobre transformar a rua em um corredor gastronômico. Mas para quem mora e trabalha na região, só falar em projetos não basta, comerciantes e moradores querem ver ações efetivas, como melhorias na infraestrutura, policiamento e limpeza.

A comerciante Rosângela Amaro, de 55 anos, opina que é necessário pensar em um investimento para o setor comercial do centro como um todo, e não apenas focar no comércio noturno. Além disso, Rosângela expressa que não basta só implementar um corredor gastronômico, também é necessário investir na infraestrutura do local para receber o público.

“Não é só falar em fazer projeto gastronômico. Vai fazer o projeto, mas e aí? Não pode ser bom só de noite. Não é todo mundo que pode trabalhar a noite, e o investimento na infraestrutura para o comércio diurno está a desejar. [investir na] segurança é fundamental, porque muitas vezes dá muita gente, lota todas as quadras”, expressa.

A técnica em contabilidade Glória Marques, de 68 anos, é moradora da região central, e acredita que implementar um corredor gastronômico no Centro irá agregar mais segurança e policiamento na região.

“Gosto da possibilidade, pois trará mais movimento principalmente durante o período noturno, onde a região fica bastante isolada depois do horário comercial, além de trazer novas possibilidades gastronômicas para Campo Grande, além do corredor que já existe na Bom Pastor”, opina.

O comerciante Rodrigo Rocha, de 47 anos, é proprietário de uma loja localizada no coração dos bares da 14 de Julho, e acredita que o corredor gastronômico é uma boa iniciativa para trazer mais vida ao Centro, e que tanto os donos dos bares quanto os demais lojistas serão beneficiados.

“Além de trazer uma rentabilidade para os empresários, acho que seria uma opção de lazer e turismo para quem é daqui e para quem vem de fora. Vai movimentar essa região que estava parada”, expressa o comerciante.

A única preocupação de Rodrigo, é em como será feita a implementação do corredor gastronômico, pois aponta que, apesar da vida noturna movimentar a região, o local sofre de graves problemas com segurança e o lixo deixado na rua.

“Vai existir uma infraestrutura para esse centro gastronômico? A segurança para que não dificulte a vida dos lojistas que já estão aqui? Várias vezes de manhã eu tive que catar as garrafas que deixam [na porta da loja]. Então tem que ver esse projeto, se vai existir banheiros sanitários, vai haver uma limpeza após esse centro gastronômico, para que não vire bagunça”, pontua Rodrigo.

Moradora da região central há mais de 20 anos, Elenita Cruz, de 47 anos, expressa ser a favor do corredor gastronômico, mas ressalta que acredita ser indispensável que a Prefeitura de Campo Grande também invista na infraestrutura para implementar o projeto. Para ela, o único ponto negativo é o lixo deixado no local após o funcionamento dos bares.

“A 14, por muito tempo, teve movimento só até a Cândido Mariano. Quando chegava finalzinho de tarde e final de semana, morria tudo isso daqui, aí depois que fizeram esses bares, o movimento tá vindo todinho pra cá, e com isso a segurança melhorou bastante e eu me sinto mais tranquila”, relata.

Quanto ao barulho das apresentações musicais ao vivo e o som tocado nos bares, Elenita cita que no início incomodava, mas em vista dos benefícios da região ser mais movimentada, aprendeu a “aceitar”. “A questão do som alto, quando dá 11h30, meia noite, eles param, e também é só de quinta até domingo”, completa.

Dono de uma empresa de corte à laser e morador do Centro há um ano, Gabriel Patriota, de 25 anos, acredita que o corredor gastronômico vai trazer mais segurança para a região, porque a presença das pessoas traz visibilidade ao local, e exige mais atenção do poder público em relação ao policiamento.

“Quando não tem pessoas na rua, às vezes sobem moradores de rua e pessoas mal intencionadas, e fica mais perigoso. Agora parece que está sendo mais bem ocupado, e isso é muito bom para a cidade. Pelo menos para mim e para meus vizinhos, a gente reconhece que tudo que está acontecendo com esse movimento [de bares na 14] é muito bom”.

Gabriel acredita que o corredor gastronômico vai trazer mais segurança para a região (Foto: Idaicy Solano)
Em contrapartida, a moradora Nadia Lima, de 41 anos, declarou ser contra o projeto, pois na opinião dela, a Rua 14 de Julho “está longe de se tornar um corredor gastronômico”.

“Isso daqui virou uma bagunça a céu aberto, o morador não tem mais sossego nenhum. As músicas na rua são tão altas, que a gente não tem paz nem pra conversar dentro de casa. O corredor gastronômico que eu conheço como referência é a Bom Pastor, isso daqui nunca chegará perto de uma Bom Pastor”, opina.

Dona de uma loja, também na 14 de Julho, Nadia reclama que sempre precisa lavar a porta do estabelecimento, pois os frequentadores do bar costumam fazer xixi na calçada, o que deixa o lugar com mal cheiro.

Audiência pública – Nesta sexta-feira (1º), uma audiência pública da Comissão Permanente de Cultura da Câmara Municipal de Campo Grande irá discutir sobre a implementação de um Corredor Gastronômico, Turístico e Cultural da Rua 14 de Julho.

A discussão está marcada para às 9h, e será a oportunidade para empresários e moradores apresentarem suas ideias e sugestões sobre o desenvolvimento e a valorização do espaço .

(Fonte: CampoGrandeNews. Foto: Divulgação)

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