Showtec: área ocupada por soja em Mato Grosso do Sul deve crescer 22% em três anos
O secretário apontou, ainda, os principais desafios que o Estado e os produtores devem enfrentar para concretizar esse crescimento da produção de soja.
A área ocupada por lavouras de soja tem apresentado crescimento contínuo em Mato Grosso do Sul nos últimos anos, passando de 2,98 milhões de hectares na safra 2018/2019 para 3,7 milhões de hectares na safra atual, aumento de 24%. E a previsão é de que, nos próximos três anos, esse processo seja acelerado e a cultura passe a ocupar 4,5 milhões de hectares, aponta estudo elaborado por técnicos Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) com base em dados coletados pelo Projeto SIGA/MS, o Sistema de Informação Agropecuária mantido pelo governo em parceria com as entidades da classe.
O potencial de expansão da soja em Mato Grosso do Sul foi tema de palestra proferida pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) na tarde dessa sexta-feira (27), na Showtec, a maior feira de agronegócios que acontece em Maracaju desde o dia 25. O secretário apresentou um panorama da produção atual de soja, fazendo uma retrospectiva com a área ocupada pela cultura há sete anos e apontando as perspectivas de crescimento.
A soja é a principal cultura agrícola do Estado, ocupando área bem superior a do milho, que também tem apresentado um movimento crescente. A maioria das lavouras de soja está concentrada nas regiões Centro-Sul, Norte e Nordeste, com importante expansão ocorrendo na região Sudoeste do Estado. Na safra 2018/2019 foram plantados 2,98 milhões de hectares de soja e 2,17 milhões de hectares de milho. Na safra posterior (2019/2020) essas áreas já passaram para 3,39 milhões/ha (soja) e 1,89 milhões/ha (milho). No ano seguinte, novo aumento: 3,53 milhões/ha de soja e 2,0 milhões/ha de milho, e na safra atual (2021/2022), atinge a área de 3,70 milhões/ha de soja e 2,59 milhões/ha de milho.
As projeções são de contínuo crescimento e com uma ligeira aceleração. Na próxima safra (2022/2023) a soja deve ocupar 3,9 milhões/ha, na safra 2023/2024 passar para 4,10 milhões/ha, na safra seguinte (2024/2025) já deve chegar a 4,3 milhões/ha e na safra 2025/2026 atingir a marca de 4,5 milhões/ha. O milho – que normalmente é cultivado na mesma área, só que em época diferente – apresentará crescimento similar: 2,73 mi/ha, 2,87 mi/ha, 3,10 mi/ha e 3,15 mi/ha.
A soja ocupa, atualmente, o topo do ranking de exportação de Mato Grosso do Sul, ultrapassando temporariamente a celulose. Isso se deve, naturalmente, ao fato de ter acabado há pouco a colheita do grão e os produtores estão comercializando sua produção nesse momento. Os principais destinos da soja sul-mato-grossense são a China, Bangladesh, Tailândia, Argentina, Vietnam, Paquistão e Coreia do Sul.
O secretário apontou, ainda, os principais desafios que o Estado e os produtores devem enfrentar para concretizar esse crescimento da produção de soja. Quanto à exportação: o problema da sazonalidade, capacidade de armazenagem e disponibilidade de crédito; com relação ao destino: a China é a principal parceira comercial atual, porém prefere a matéria prima, enquanto o Estado caminha para, gradativamente, processar e agregar mais valor a sua produção.