O Programa de Ação Integrada e Continuada (PAIC) da Prefeitura de Campo Grande profissionalizou 524 pessoas que estavam em situação de rua e uso de drogas. As políticas públicas são desenvolvidas por uma Coordenadoria de Proteção à População em Situação de Rua e Políticas sobre Drogas (COPRAD), na Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU).
“Esse número é apenas dos atendidos que se profissionalizaram. Desde 2018, 1067 pessoas foram atendidas pelo PAIC, sendo que 430 assistidos concluíram o tratamento, o que corresponde 41,32%”. O restante continua assistido pelas Comunidades Terapêuticas (CT) que são parceiras do programa”, aponta Bárbara Rodrigues, diretora-adjunta da SDHU.
O período de tratamento é de nove meses, podendo se estender até um ano. Em 2021, o número de vagas nas CTs para atender o público mais que dobrou, passando de 120 para 300 vagas custeadas pela Prefeitura.
As vagas são distribuídas em 11 comunidades terapêuticas, para onde são encaminhados aqueles dependentes que aceitam a oferta do serviço. Alguns deles são abordados pelas equipes do Serviço Especial de Abordagem Social (SEAS).
Os acolhidos têm todo o acompanhamento biopsicossocial; tratamento terapêutico; qualificação profissional, em parceria com a Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (FUNSAT) e Sistema S; e apoio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) na oferta de turmas do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Hoje, estão em sala de aula, 83 acolhidos e 24 pessoas já se formaram com o ensino fundamental.
“Aquela pessoa que estava na rua, no semáforo, pedindo esmola e que foi abordada pela SEAS e aceita a oferta do serviço, vai para o acolhimento, depois vai para o tratamento e lá ela tem todas essas qualificações disponibilizadas pela Prefeitura. Ao final do tratamento, ela tem mais condições para seguir a sua vida. Ela continua sendo acompanhada e encaminhada ao mercado de trabalho” conclui Bárbara. São entregues certificados reconhecidos em todo o território nacional.
De janeiro até agosto de set ano, 369 pessoas foram encaminhadas para uma comunidade terapêutica parceira. Até os primeiros 15 dias de setembro, foram 55 atendimentos presenciais na SDHU.
Seis adictos que foram recuperados pelas CTs trabalham para a Prefeitura Municipal: três na Subsecretaria de Defesa de Direitos Humanos (SDHU) e outros três na Secretaria Municipal de Educação (SEMED).
Um deles é Paulo Henrique Espídola, assistente de logística na SDHU. Ele conseguiu o tratamento de graça por meio da COPRAD. “Comecei a usar drogas desde os sete anos de idade. Roubava dinheiro da carteira da minha mãe para comprar e usar. Eu via outras pessoas usando e queria usar também. Fiquei nesta vida até os 17 anos até quando uma tia me ajudou e me encaminhou para uma comunidade terapêutica”. Paulinho está há dois anos longe das drogas e encontrou na instituição que o acolheu um novo caminho de vida.
“Não dê Esmolas, dê Dignidade. Não dê Esmolas, dê Oportunidades”,
Lançada nesta a quinta-feira (23) pela Prefeitura na Esplanada Ferroviária, a campanha tem como objetivo divulgar para a população o trabalho realizado pela gestão municipal no sentido de garantir dignidade às pessoas em situação de rua, reforçando a importância de acionar os serviços da rede municipal, onde está inserido o atendimento da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos por meio da COPRAD.
“Pode parecer estranho essa campanha, só que a Prefeitura quer que as pessoas sejam sensibilizadas e possam ver que, às vezes doando, você está fortalecendo a permanência daquele ser humano sem a dignidade que ele merece. Então, com olhar humano, acolhedor e inclusivo, a Prefeitura incluiu todas as secretarias para alcançar esse público que tanto precisa. Tiveram um caminho para estar lá, agora precisam de um caminho para sair de lá, então temos que ajudar”, aponta Bárbara Rodrigues.