Economia

Pesquisadores percorrem Rota Bioceânica para analisar impactos para os agricultores familiares

Receberam a visita Porto Murtinho, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Sidrolândia e Campo Grande

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Os pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) estão realizando uma viagem seguindo o trajeto do Corredor Bioceânico, saindo de Porto Murtinho até Campo Grande. O objetivo é investigar as expectativas e os impactos da rota para os agricultores familiares.

“Vamos parar em todos os pontos de comércio de agricultura familiar ao longo da estrada para investigar o que está sendo vendido, quanto tempo tem o empreendimento e o interesse desses pequenos produtores em aumentar as vendas”, explica o professor Edgar Aparecido da Costa do Campus do Pantanal (CPAN/UFMS), que integra o Eixo de Economia do Projeto Corredor Bioceânico da UFMS.

O trajeto foi inciado na segunda-feira (31) e terminou na quinta (3), seguindo os municípios que integram a rota bioceânica: Porto Murtinho, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Sidrolândia e Campo Grande. A atividade é uma ação de extensão do Projeto Corredor Bioceânico da UFMS e segue os protocolos de segurança contra a Covid-19.

“Nosso objetivo é avaliar como esses produtores podem aproveitar a passagem do Corredor Bioceânico e entender qual é a perspectiva, a visão de futuro dos empreendedores, assentados, indígenas, artesãos, pescadores e demais grupos sociais marginalizados da região sudoeste do Estado”, conta o historiador Eronildo Barbosa, que integra o Eixo de História do Projeto Corredor Bioceânico da UFMS, e também participa da viagem.

Um dos pontos de parada foi o pequeno comércio do agricultor familiar José da Silva Pacheco, do Assentamento Santa Mônica. No local, são vendidos doces, pimenta, abóbora, queijo, manteiga, produtos artesanais. São itens de produção própria e também de outros agricultores familiares da região.

Questionado sobre o Corredor Bioceânico, o agricultor revelou uma boa expectativa. “Essa visita dos pesquisadores foi muito boa e eu acredito que vamos ter mudanças com essa obra, que vai trazer melhorias”, comentou José da Silva, que é produtor há 16 anos.

O projeto de pesquisa e extensão é coordenado pelo Prof. Dr. Erick Wilke, da Escola de Administração e Negócios (ESAN/UFMS). Também são realizados estudos nos Eixos de Economia, Logística, Turismo e Direito. Os recursos que viabilizaram a pesquisa são oriundos de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet (PT/MS).

Agricultura Familiar

São 35 assentamentos rurais com 5.676 famílias nas cidades sul-mato-grossenses alcançadas pela rota, conforme levantamento feito a partir dos dados da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).

Entre os principais produtos encontrados nesses assentamentos rurais estão leite, mel, mandioca, abóbora, ovos e cana-de-açúcar. A pesquisa nesta área vai contribuir para a construção de um Plano de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável.

Na parte histórica, o estudo busca contribuir para o desenvolvimento de diferentes grupos sociais impactados pela rota bioceânica, além de disponibilizar registros históricos para outros pesquisadores, representantes de associações de bairro, sindicatos, associações comerciais e instituições públicas.

O Corredor Bioceânico liga os oceanos Atlântico e Pacífico, permitindo a conexão viária do Centro-Oeste brasileiro aos portos de Antofagasta e Iquique (Chile), passando pelo Paraguai e Argentina. (Com assessoria. Foto: Reprodução)

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