O fortalecimento das relações econômicas com o Oriente Médio e o restante da Ásia é importante para ampliar as exportações brasileiras e para atrair investimentos diretos no país, defendeu ontem (30) o ministro da Economia, Paulo Guedes, na cerimônia de apresentação do pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai, no Itamaraty.
“Estamos nos conectando agora com o que pode ser o hub [centro de conexão], não só de exportações nossas para o resto do mundo, mas como de recebermos os investimentos. O Oriente Médio é, cada vez mais, um centro financeiro mais sofisticado”, disse Guedes durante a solenidade.
O ministro defendeu que o Brasil passe a exportar mais alimentos para a Índia, repetindo o processo de aprofundamento comercial realizado com a China nas últimas décadas. “Daqui para lá vão nossas exportações e de lá para cá vêm os investimentos. Estamos voltando ao caminho das Índias orientais”, acrescentou.
Na avaliação de Guedes, o Brasil tem “um futuro brilhante pela frente”, caso consiga fornecer produtos agropecuários para o resto do mundo e, ao mesmo tempo, preservar os recursos naturais. Para ele, o país é uma potência verde, com possibilidade de sobressair nesse tema.
“Somos um país de consumo de massa, mergulhando na idade digital. Uma potência verde com um futuro brilhante pela frente. Que esse seja nosso passo inicial na direção do grande eixo de crescimento da economia mundial hoje, que são aquelas regiões [Oriente Médio e Ásia]”, destacou.
Segundo o ministro, as relações comerciais e financeiras com o Oriente Médio e a Ásia só não deslancharam por causa do fechamento da economia brasileira. Guedes criticou decisões das áreas econômica e diplomática em governos anteriores que, nas palavras dele, fizeram o comércio exterior brasileiro crescer de forma isolada em relação ao restante do mundo.
Adiada por um ano por causa da pandemia da covid-19, a Expo 2020 Dubai foi aberta oficialmente hoje com uma cerimônia nos Emirados Árabes Unidos.
O pavilhão brasileiro será inaugurado hoje (1º), com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão.
As exportações brasileiras para o Oriente Médio subiram de US$ 1,33 bilhão, em 2000, para US$ 8,8 bilhões em 2020. O melhor resultado ocorreu em 2012, quando as vendas brasileiras para a região totalizaram US$ 12,27 bilhões.