O lançamento do projeto “Café Estratégico”, da Prefeitura Municipal de Campo Grande, evidenciou o potencial da capital de Mato Grosso do Sul no cenário político e econômico brasileiro. Convidado para abrir o evento nesta segunda-feira (29), em comemoração às festividades do 123º aniversário da cidade, o ministro João Carlos Parkinson de Castro, Coordenador Nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviários Bioceânicos e Coordenador-Geral de Integração de Infraestrutura da América do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, ressaltou a importância estratégica que Campo Grande pode assumir frente à Rota de Integração Latinoamericana (RILA).
“A Rota Bioceânica não oferecerá apenas uma alternativa mais eficiente e econômica para o transporte de cargas de Campo Grande, irá promover o multiculturalismo, a internacionalização das empresas e o turismo regional e internacional. Representará uma mudança importante da logística nacional e uma inserção mais competitiva de Campo Grande/Mato Grosso do Sul na região e no mercado internacional. A Rota vai garantir melhor acesso aos produtos asiáticos, o que incentivará a criação de um parque tecnológico, de uma área industrial e do Terminal Intermodal de Campo Grande”, destacou Parkinson. O Corredor Bioceânico pretende ligar os oceanos Atlântico e Pacífico, permitindo a conexão viária do Centro-Oeste brasileiro aos portos de Antofagasta e Iquique (Chile), passando pelo Paraguai e Argentina.
Não foi por acaso que o ministro explanou seu trabalho e pesquisa em um evento de planejamento estratégico. “Vamos preparar Campo Grande para o futuro, trazendo iniciativas como essa, pessoas que têm conhecimento, como o ministro Parkinson, para somar ao nosso trabalho e avançarmos ainda mais naquilo que será nosso projeto prioritário, de desenvolvimento econômico, gerando oportunidades, capacitações, emprego e renda”, explica a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes.
Parkinson destacou a necessidade de fortalecimento do regionalismo e de prover maior segurança às cadeias de abastecimento com os corredores bioceânicos, gerando novos eixos de crescimento no interior dos territórios. “A promoção dos corredores deve, portanto, ser vista como um objetivo estratégico do Município de Campo Grande e do Estado de Mato Grosso do Sul. Não só se valorizam os estados articuladores (Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), mas também se fortalecem as relações de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, Peru, Bolívia, Uruguai, Argentina, Chile, entre outros. O Corredor Rodoviário Campo Grande-Portos do Norte do Chile valoriza a cidade e o município e promove a internacionalização do Centro-Oeste”, avalia o ministro.
Ele também detalhou outras vantagens que a implantação do corredor pode gerar como promoção de uma nova logística regional (multimodal e, sobretudo, transnacional), que atrai operadores logísticos estrangeiros com avançada tecnologia. “Os corredores incentivam a implantação de armazéns da cadeia de frio no Centro-Oeste, a melhoria do serviço de comunicações; obrigam as universidades e o ensino técnico a oferecerem cursos de capacitação da mão de obra local; facilitam a identificação de objetivos comuns como a integração aduaneira, a formação de parcerias comerciais com empresas regionais e a construção de redes de produção”.
E quando se fala em impactos, não quer dizer apenas abertura de novos negócios, mas barateamento de serviços, taxas, facilidades de escoamento da produção, ampliação de mercado e aumento da competitividade, criação de novas oportunidades de trabalho, promoção do turismo e incentivo ao uso da tecnologia digital. A melhoria da integração física incentivará o desenvolvimento de novas cadeias regionais de valor (exportação de insumos para o Chile e o Paraguai e a agregação de valor), facilitará o desenvolvimento de esquemas privados colaborativos e cooperativos (ganhos de escala, implementação de estratégias comerciais conjuntas, transferência de tecnologia e capacitação de profissionais) e incrementará o comércio intrarregional e internacional. Além disso, a Rota pode fortalecer as pequenas e médias empresas, e aumentar a oferta de serviços especializados.
Café Estratégico
O Café Estratégico é um projeto da Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe) alinhado ao Plano Municipal de Gestão Estratégica por Resultados. Trata-se de um espaço de discussão que será organizado uma vez por mês, para debater os grandes temas de gestão, eficiência e aprimoramento da máquina pública, junto aos secretários municipais e gestores públicos.
“Montamos uma rede de interlocutores para dimensionar as metas de cada unidade administrativa e acompanhar a execução de cada uma delas, otimizando os processos para garantir a entrega com qualidade para o cidadão. A ideia é fazer análise de indicadores que nos ajudem a monitorar os processos, usando ferramentas modernas e inovadoras de excelência da gestão. Esse é o caminho de uma administração bem planejada, como foco em entregas que priorizam as pessoas”, salienta a Subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, Catiana Sabadin. Em apenas um ano, mais de 52% das metas estipuladas no Plano já foram cumpridas.