Economia

Insumos e máquinas agrícolas puxam custo de produção da soja

Pesquisa aponta diferenças entre as regiões norte e centro-sul do estado

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Um levantamento feito pelo analista Alceu Richetti, da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados / MS) aponta os custos de produção de soja no estado do Mato Grosso do Sul e a viabilidade econômica da cultura para a safra 2021/2022.

A ideia é que as estimativas de custos de produção sirvam de balizamento para os produtores confrontarem com os de suas propriedades. Para o cálculo o estado foi dividido em duas regiões: a norte, representada pelos municípios de Chapadão do Sul, Costa Rica, São Gabriel do Oeste e Sonora; e a centro-sul, representada pelos municípios de Amambai, Naviraí, Dourados, Ponta Porã, Maracaju, Rio Brilhante e Sidrolândia.

No centro-sul, o sistema de produção predominante é baseado na sucessão soja/milho safrinha. Entretanto, em alguns municípios há o cultivo de cereais de inverno e de gramíneas forrageiras, como as braquiárias. Nessa região, considerou-se uma propriedade típica, com área média de lavoura destinada ao cultivo da soja, correspondendo a 600 hectares. Da mesma forma que na região centro-sul, na região norte predomina o sistema soja/milho safrinha e nas áreas em que não há a presença do milho safrinha cultiva-se sorgo, milheto, crotalárias, nabo forrageiro e braquiárias. Nessa região, considerouse uma propriedade típica, com área média de lavoura destinada ao cultivo da soja, correspondendo a 800 hectares.

Na região centro-sul do estado, os insumos utilizados na safra 2021/2022 correspondem, em média, a 53,31% do custo total. Dentre os insumos, Richetti informa que os fertilizantes, as sementes e os inseticidas são os principais componentes que proporcionam percentual elevado, que somados seus percentuais atingem, em média, 39,91% do custo total.

Na região norte de Mato Grosso do Sul, os insumos utilizados na cultura da soja atingiram, em média, 55,05% do custo de produção. Dentre os insumos, os fertilizantes, as sementes e os fungicidas somam, em média, 43,69% do custo total. Comparando-se o custo dos insumos estimado para a safra 2021/2022 com os da safra passada, percebe-se um aumento médio de 35,82%. O aumento maior observado foi com os fertilizantes.

Foram consideradas três cultivares: soja RR, soja IPRO e soja convencional (não-transgênica). “Os custos apresentados são calculados com base em preços médios, com o objetivo de fornecer um custo aproximado, tanto para as operações agrícolas quanto para os insumos agropecuários”, diz Richetti.

No centro-sul, a produtividade estimada da soja foi de 3.600 kg/ha (60 sc), tanto para a soja RR quanto para a IPRO e para a convencional. Na região norte, a produtividade estimada foi de 4.200 kg/ha , tanto para a soja RR quanto para a IPRO. Em relação ao tratamento da semente, adotou-se o modelo de tratamento industrial, o qual contém inseticida, fungicida e os micronutrientes cobalto e molibdênio.

Segundo o pesquisador “os custos de produção da safra 2021/2022 estão elevados, devido ao aumento dos preços dos insumos e das máquinas agrícolas. Assim, o pleno conhecimento dos custos contribui para melhorar a tomada de decisão, bem como para verificar a rentabilidade do negócio da soja na próxima safra”, conclui.

Na safra 2020/21, foram cultivados em Mato Grosso do Sul 3.5 milhões de hectares com soja, assim distribuídos: 15,7% na região norte, 21,7% na região centro e 62,6% na região sul. O total da produção no Estado foi de 11,4 milhões de toneladas.

“Deve-se considerar que cada propriedade apresenta particularidades quanto à topografia, fertilidade dos solos, tipos de máquinas, área plantada, nível tecnológico e, até mesmo, aspectos administrativos, que a torna diferenciada quanto à estrutura dos custos de produção”, finaliza o levantamento.

A análise completa pode ser acessada aqui.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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