Cerca de 39 mil quilômetros quadrados da área do Pantanal foram queimados entre os meses de agosto e novembro de 2020, o que levou a morte de 16.952 milhões de animais vertebrados.
Os dados fazem parte de estudo realizado por pesquisadores de 14 instituições brasileiras e internacionais, entre elas a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e as Universidades Federais do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
A queima de 2020 é 140% maior do que o registrado em 2019, quando uma área de 16.210 km² foi atingida.
O ano de 2020 bateu o recorde histórico de queimadas para o bioma desde 1998, conforme levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram 22.116 mil focos de incêndio entre janeiro e dezembro, com os piores registros nos meses de setembro (8.106 focos), agosto (5.935 focos) e outubro (2.856 focos).
Os dados de 2021, que contabilizam os focos até 13 de setembro, já registraram 3.091 focos no total, o que representaria apenas 13% das queimas do ano passado.
A região, que é maior área úmida continental do planeta, ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e estende-se pela Bolívia e Paraguai, já perdeu quase um terço da área brasileira. Se contabilizarmos toda a área da América do Sul, foram 170 mil quilômetros quadrados queimados.
O estudo, que levou um ano para ser finalizado e ainda está em fase de pre-print – ou seja, que já foi submetido a uma revista, mas ainda não foi revisada por pares –, alerta para as secas extremas causadas pelas mudanças climáticas e o desmatamento, induzidos pelo homem, que fazem com que a frequência e intensidade de incêndios florestais seja maior. Como os pesquisadores também mencionam, os incêndios levam ao empobrecimento dos ecossistemas, impacto ainda insuficientemente conhecido.
Os dados dos animais mortos no ano de 2020 foram coletados em campo pela contabilização de carcaças em até 48 horas após os incêndios no Pantanal. O número tem margem estimada de erro 2,8 milhões para mais ou para menos.
Estima-se que a biodiversidade do bioma seja representada por 2 mil espécies de plantas, 268 de peixes, 57 de anfíbios, 131 de répteis e 580 de pássaros, além de 154 tipos de mamíferos. Os animais mortos detectados com mais frequência foram grupos de pequenas cobras, pássaros e roedores, além de lagartos, artiodátilos e primatas.
(Fonte: CNN Brasil. Fotos: Reprodução)