Representantes dos países que integram a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) realizam webinar na quarta-feira (18) e nesta quinta-feira (19), em formato híbrido, com o objetivo de debater mecanismos de facilitação do comércio local e intercâmbios internacionais a partir das novas perspectivas que se abrem com a implantação de rotas bioceânicas.
Tais rotas incluem trajetos tanto a partir de Mato Grosso do Sul, passando pelo Paraguai, Argentina até o Chile, como também o projeto intermodal Manta-Manaus, que pretende ligar a capital do Amazonas aos portos do Peru e Equador por via rodo-ferroviária.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, acompanhou o primeiro dia da reunião e demonstrou otimismo com os avanços obtidos.
“Acho que demos um passo importante com essa reunião, com a participação dos quatro países (Brasil, Argentina, Paraguai e Chile), junto à Aladi, e também houve uma apresentação do BID em relação a projetos de integração que está se desenvolvendo para a rota bioceânica, da qual o Mato Grosso do Sul foi um dos estados que aderiu”, disse.
O encontro é transmitido a partir de Montevidéu (Uruguai), com início às 14h e término às 17h, nos dois dias. Participam especialistas dos países-membros da Aladi e de organismos internacionais competentes na matéria, que abordam temas atinentes aos corredores bioceânicos como gestão de fronteiras, infraestrutura, barreiras sanitárias e fitossanitárias e papel das aduanas.
O embaixador Antonio José Ferreira Simóes, presidente do Comitê de representantes da Aladi e o secretário geral da Associação, Sergio Abreu, participaram da abertura.
Avanço
Jaime Verruck pontuou as apresentações individuais dos quatro países envolvidos na concretização do corredor bioceânico MS-Chile.
“Cada uma das representações desses países fez uma apresentação de qual é o estágio atual em que se encontra o desenvolvimento das obras de infraestrutura, tanto no Brasil como no Paraguai, na Argentina e no Chile. Houve o destaque da competitividade dessa rota em relação à infraestrutura e houve também as preocupações, de modo que a Aladi se comprometeu a participar mais ativamente disso. Os principais gargalos são as questões da rota alfandegada, que é fundamental para fazer uma integração alfandegária e facilitar o comércio e o desenvolvimento local”, frisou.
O foco da reunião foi muito claro – na visão do secretário: a potencialização da importação e da exportação visando o desenvolvimento local ao longo de toda rota. “Todos muito preocupados e buscando alternativas para que essa rota, efetivamente, seja uma rota de desenvolvimento de todas as regiões, e olhando, obviamente, os grandes mercados, no caso o mercado asiático; o potencial competitivo que nós temos em relação aos outros modais”.
A Aladi foi criada em 1980 e se constitui no maior grupo de integração latino-americano. É composta por treze países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, representando, em conjunto, 20 milhões de quilômetros quadrados e mais de 510 milhões de habitantes.
A entrada da Aladi na discussão dos corredores bioceânicos é um fato extremamente positivo, no entender do secretário Jaime Verruck.
“É mais uma organização que avança nesse olhar dos corredores bioceânicos e consegue entender sua importância e a partir de agora, contribuir também para que, no âmbito da governança da rota se tenha projetos que consigam desenvolver os gargalos e a gente consiga avançar buscando, exatamente, o crescimento sócio-econômico e a integração regional e a melhoria nas condições de vida das pessoas que habitam essas regiões”.
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