Os governos de Mato Grosso do Sul e do Estado de São Paulo vão unir forças para reativar a Malha Oeste. A ideia é, por meio da criação de planos estaduais de ferrovias, traçar estratégias mais ágeis para operacionalizar e reativar completamente a malha ferroviária que tem mais de 1.900 km saindo de Corumbá em Mato Grosso do Sul até Mairinque em São Paulo. Este foi um dos assuntos debatidos nesta quarta-feira (9) pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro ( Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e o coordenador do Grupo de Trabalho – GT Ferrovias do Estado de São Paulo, Luiz Alberto Fioravante.
Eles participaram, juntamente com o assessor de logística da Semagro, Lúcio Lagemann e técnicos da GT Ferrovias de SP, de reunião virtual para apresentação do Plano Ferroviário do Estado de São Paulo, que está em andamento no Estado vizinho e contemplará a Malha Oeste. O Plano apontou que somente em São Paulo existem 2.390 quilômetros de ferrovias ativas e 2.530 km com alta ociosidade. O objetivo foi debater mecanismos para traçar estratégias conjuntas em prol da retomada da ferrovia, que representa hoje a melhor solução em logística para a redução no volume de cargas que abarrota as rodovias tanto de Mato Grosso do Sul quanto de São Paulo.
“Fizemos reunião com o coordenador do GT Ferrovias de São Paulo para que fosse apresentado o plano de ferrovias que contempla de forma estratégica a Malha Oeste. Como a ferrovia tem um trecho expressivo em Mato Grosso do Sul, deste modo entendemos que a solução da Malha Oeste deve ser conjunta”, salientou o secretário Jaime Verruck, destacando que “esta é a primeira vez que os Governos de MS e de SP se juntam para traçar ações neste caso da Malha Oeste”.
“Diante da explanação do GT percebemos que a Malha Oeste tem posição importante de reativação da malha ferroviária paulista. Por isso, o governo do estado vizinho propôs uma ação conjunta para trabalhar através de nossas leis estaduais. A lei de São Paulo já está na Assembleia para ser votada, enquanto o Governo de MS por meio da Comitê de Ferrovias também está finalizando a elaboração do plano estadual de ferrovia”, adiantou.
Malha Oeste
Recentemente a Malha Oeste voltou a movimentar minério, ainda de forma tímida, na região de Corumbá e também por parte da Arcelor Mital que trouxe vergalhões de ferro de Mairinque até Corumbá. No entanto o transporte efetivo de cargas foi paralisado em 2015. O secretário destacou que o consórcio ‘Nos Trilhos de Novo’ deverá finalizar os estudos de viabilidade técnica e econômica para a relicitação da Malha até outubro.
Composto por quatro empresas, o consórcio vencedor é liderado pela Latina Projetos Civis e Associados. O trecho teve a qualificação recomendada no PPI (Programa de Parceria de Investimentos), do Governo Federal, em dezembro de 2020. A Malha Oeste –inicialmente NOB (Noroeste do Brasil) e, depois, assumida pela falida RFFSA (Rede Ferroviária Federal) – já passou por diferentes empresas depois de um processo de privatização que não resultou na sua plena recuperação. Até julho de 2020, a malha era gerida pela Rumo, mas agora será relicitada até o próximo ano.