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Governo estima redução de 40% na safra de milho em MS

Crise hídrica, granizo e geada foram cruciais para baixa expectativa neste ano

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A escassez de chuvas em pleno desenvolvimento do milho já havia comprometido a produtividade das lavouras em Mato Grosso do Sul.  Segundo a Associação de Produtores de Soja de MS (Aprosoja), a ocorrências de granizo e geada agravaram mais a situação, e a expectativa de colher mais de 70 sacas por hectares foi recalculada. O estado deve fechar em 52,3 sacas por hectares. Ou seja, uma quebra de um terço, sendo 40,8% menor que o total colhido na safra passada.

As regiões Oeste, Centro, Sul e Sudeste possuem as piores condições das lavouras e juntas representam mais da metade da área plantada do estado. Na região Sul, os técnicos do Projeto SIGA/MS avaliam que 91% das lavouras se enquadram no perfil “ruim” e os 9% restantes, “regular”.

Houve queda de granizo no mês de maio que afetou 6.890 hectares em Naviraí, 600 hectares em Amambai e 50 hectares em Coronel Sapucaia. Essas áreas tiveram perda total da área plantada de milho. Em seguida, a geada afetou cerca de 30% da área plantada do estado, com efeito muito pior na região Sul. Há expectativa de produção total de 6,285 milhões de toneladas, contra o volume inicial estimado de 9 milhões de toneladas.

Os dados são do boletim do Projeto SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) em parceria com a Aprosoja/MS (Associação de Produtores de Soja de MS) e Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul). E já leva o governo a estudar medidas mais duras para enfrentar as consequências dessa quebra da safra, como a decretação do estado de calamidade.

“Estamos avaliando junto à Defesa Civil se vamos decretar estado de calamidade em função da crise hídrica e agora das geadas que causaram prejuízos econômicos ao Estado. Uma outra questão é o volume disponível de milho na economia. Temos um consumo substancial das fábricas de ração para aves e suínos, então acreditamos numa redução das exportações, isso vai acontecer. Não podemos exportar o milho porque essa quantidade será necessária para consumo interno. O Brasil já sinaliza com importação de milho de vários países, porque teremos ainda uma sustentação de preços”, avaliou o secretário da Semagro, Jaime Verruck.

“Em algumas lavouras do estado já podemos verificar a perda total devido a estiagem e a queda de granizo. Alguns produtores já planejam gradear a cultura ao invés de colher, haja vista que o custo com a operação das máquinas sem perspectiva de produção inviabilizam a continuidade do cultivo”, escrevem os técnicos no Boletim.

O secretário Jaime Verruck lembra, ainda, de outro agravante: o compromisso dos produtores na comercialização. “Tínhamos praticamente mais de 44% desse milho comercializado e muitos produtores não vão ter o que entregar. Já estamos fazendo um trabalho junto com a Famasul e os principais compradores de milho para verificar a discussão desses contratos”, disse.

No início do plantio da safra de milho 2020/2021 havia a expectativa de se colher um volume 9,013 milhões de toneladas de grãos e uma produtividade média de 75 sacas por hectares.

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