Em vídeo enviado à 60ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que ocorreu nesta quinta (21), no Paraguai, o presidente da República Jair Bolsonaro declarou que o Brasil tem atuado para que o bloco sul-americano tenha um “papel importante no enfrentamento dos atuais choques externos.”
Referindo-se à alta inflacionária global em consequência dos reflexos da pandemia da covid-19 e da invasão russa à Ucrânia, Bolsonaro disse que o mundo vive “um momento desafiador” e, portanto, “precisa de mais comércio e investimentos.”
“Por isso, ao longo do último semestre, trabalhamos com afinco para a conclusão de acordo moderno com Singapura”, disse o presidente brasileiro, referindo-se a uma das iniciativas anunciadas durante a cúpula: a conclusão das negociações para a assinatura de um acordo de livre comércio entre os países do Mercosul e Singapura, no sudeste asiático.
O Brasil também apoiou outra das iniciativas aprovadas ontem (20), durante a reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum, evento que precedeu a Cúpula de Chefes de Estado: um acordo para reduzir em 10% a alíquota da Tarifa Externa Comum (TEC), tributo que, salvo exceções acordadas, incide sobre mercadores importadas de outras nações de fora do bloco sul-americano e varia conforme o produto.
“O Brasil tem atuado para que o Mercosul tenha papel importante no enfrentamento dos atuais choques externos. Por isso, defendemos a redução da Tarifa Externa Comum, o que dará uma importante contribuição ao combate à inflação [regional]”, comentou Bolsonaro antes de assegurar que o Brasil tem conferido prioridade às negociações com grandes parceiros comerciais do Mercosul e região.
“Nosso entorno regional é prioritário. Ainda mais no atual cenário. Precisamos continuar ampliando nossos fluxos de comércio e de investimentos na América Latina e Caribe, fortalecendo as cadeias regionais de valor e reduzindo nossas vulnerabilidades externas a crises”, acrescentou o presidente, que finalizou o vídeo parabenizando o Paraguai pelos resultados alcançados durante os seis meses em que o país ocupou a presidência rotativa do bloco sul-americano – posição que, pelos próximos seis meses, será ocupada pelo Uruguai.