A penúltima noite do 22º Arraial de Santo Antônio de Campo Grande reuniu cerca de 7 mil pessoas na Praça do Rádio Clube e possibilitou aos presentes a participação de um verdadeiro espetáculo de cores, ritmos e tradições. Neste ano, as quadrilhas juninas trouxeram consigo a alegria e o espírito de comunidade, que valoriza as heranças culturais.
Com suas danças sincronizadas e vestimentas coloridas, a apresentação deste sábado (15) ficou por conta da quadrilha do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACPMS), liderado pela professora de dança Priscila Veiga. Ela conta que os ensaios duraram uma semana e que a escolha para a noite foi o clássico forró “Eu Só Quero Um Xodó”, canção de Dominguinhos.
A professora aposentada Tânia Ferracioli, 60 anos, explicou que o grupo de dança faz parte do projeto “Viver Melhor” da ACPMS, e que tem como prioridade, a socialização dos docentes aposentados com a comunidade por meio das apresentações. “Esse é um trabalho bem legal, que conta com a participação de cerca de 30 pessoas, O nosso grupo já se apresenta há mais de 15 anos. Nós passamos a vida inteira servindo a comunidade e quando nos aposentamos, ficamos perdidos sem a rotina, então essas atividades do Sindicato nos ajudam a trabalhar a nossa parte emocional”, salientou.
Com um sorriso contagiante, a professora Aparecida de Souza, 67 anos, destacou que a dança representa qualidade de vida para aqueles que já se dedicaram tanto às comunidades da Capital. “Eu sempre falo que não quero e não vou envelhecer, enquanto eu tiver as minhas pernas, vou dançar e me apresentar pelo Estado. Depois da nossa carreira pedagógica, é hora de investirmos na nossa saúde e neste sentido, o grupo de dança nos ajuda muito”, salientou.
Além do grupo de dança da ACPMS, na 22ª edição do Arraial de Santo Antônio, já se apresentaram as quadrilhas do Colégio Nova Geração na primeira noite de festa que contou com mais de 10 mil pessoas, além do Centro de Convivência do Idoso “Vovó Ziza” que encantou o público na sexta-feira (14).
E em cada passo e giro, são celebrados um elo vivo as raízes da cultura popular brasileira. Este resgate cultural vai além do entretenimento, ele preserva tradições que atravessam gerações.
Participando pela primeira vez do Arraial, a moradora do bairro Caiçara, Laura Camargo, 54 anos, trouxe toda a família para celebrar a festa. “Achei a apresentação muito legal, é um verdadeiro resgate ao espírito das festas juninas, uma tradição que faltava aparecer mais”, disse.
De passagem por Campo Grande para visitar a família, Rose Duarte, 64 anos, relatou que o Arraial de Santo Antônio não perde em nada para o tradicional São João da Cidade Branca. “Sou de Corumbá, e lá o São João tem uma tradição muito forte, é uma verdadeira maravilha a celebração. Essa é a primeira vez que estou vendo aqui no Arraial de Campo Grande, e estou achando tudo ótimo”, afirmou.
As apresentações neste domingo, 16 de junho, e último dia de festa ficam por conta da Quadrilha de Anhanduí e do Bonde do Flashback. Para a moradora do bairro Santa Luzia, Gislaine Cipriano, 39 anos, a presença das danças típicas encantam a todos e trazem memórias afetivas. “É incrível poder assistir as apresentações das quadrilhas, resgata uma vivência que foi se perdendo ao longo do tempo e é importante para mostrarmos para os nossos filhos essa referência de festa junina tradicional, com muita música e alegria”, afirmou.
O Arraial de Santo Antônio contou ainda neste sábado, com a apresentação do cantor Max Henrique que agitou o público com as músicas “Ex Que Se Preze” e “Versão Antiga”.
Encerrando a noite em grande estilo, a dupla Victor Gregório e Marco Aurélio celebrou o melhor do sertanejo com os sucessos “Jogado na Rua”, “Deusa Menina” e “Eu Aceito”.