Economia

Com mudanças nos hábitos de consumo, número de startups de varejo cresce 18%

A maior parte das startups de varejo oferece soluções de comunicação e relacionamento com o cliente

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As mudanças nos hábitos de consumo, que seguem aumentando o volume de compras online, refletiram no mercado de startups de varejo no Brasil. De 2021 para cá, o segmento teve aumento de 17,85% no volume de empresas, segundo o levantamento “A evolução das startups no setor de varejo”, organizado pela Liga Ventures e PwC Brasil.

Segundo o levantamento, a maior parte das startups de varejo oferece soluções de comunicação e relacionamento com o cliente (são 10,2% delas) no Brasil. As outras seis categorias analisadas com maior representatividade no estudo são: criação/personalização de e-commerce (7,8%); gerenciamento de loja (6,7%); meios de pagamento (6,2%); análise de dados (5,6%); gestão de estoques (5,1%) e experiência do cliente (4,3%).

“Entre as categorias que apresentaram maior crescimento de 2017 para cá destacam-se: criação e personalização de e-commerce; gestão de estoque e experiência do cliente”, afirma Diego Sanches, startup hunter e especialista em Varejo da Liga Ventures.

Sanches destaca que, apesar do aumento da quantidade de startups de varejo, desde 2017 houve retração no número de novos negócios. Das empresas ativas analisadas pelo estudo, 15% foram criadas em 2017, 11% em 2018, 8% em 2019, 5% em 2020, 3% em 2021 e apenas 1% em 2022.

Fusões e aquisições – O levantamento também apontou que 15 startups foram adquiridas, com 13 empresas como compradoras, em 2021 e 2022. No total, foram 53 transações observadas, que movimentaram US$ 1,47 bilhão no período.

“O volume é considerável e tem sua representatividade na economia. Os movimentos de fusões e aquisições nos ajudam ainda a entender a necessidade de aprimoramento da experiência do cliente, uma vez que cerca de 34% dessas operações representaram investimentos feitos em negócios da categoria de criação/personalização de e-commerce”, aponta Sanches.

Impacto no mercado de trabalho – Além de contribuir para a economia em volume de transações de compra e fusão, o setor de startups de varejo tem apoiado na geração de empregos. Pelo levantamento, as empresas ativas analisadas registraram aumento médio de 37% na força de trabalho, foram 5.115 novas vagas abertas.

“Esses dados nos chamam a atenção, ainda mais se considerarmos os fatores internos e externos que o Brasil encarou nos últimos meses e que tiveram consequências para o setor de varejo. É relevante ainda o fato de 24% das empresas que analisamos terem tido um crescimento do número de funcionários em mais de 50%. O que ainda precisamos salientar é a representatividade de mulheres como executivas, elas são apenas 15% nessas posições”, conta Medeiros.

A pesquisa – Para realizar o estudo, foi utilizada a ferramenta Startup Scanner e analisadas 373 startups ativas desse setor. Do total avaliado, 69% têm como público outras empresas, ou seja, operam no B2B. Quanto à origem dos negócios, o estado de São Paulo aparece com maior expressão, 52%, seguido por Santa Catarina, 10%, e Rio de Janeiro, 8%.

“Nossa mais recente pesquisa de consumo, a Global Consumer Insights Survey, mostra que 70% dos brasileiros aumentaram as compras on-line durante a pandemia e 55% deles devem aumentar ainda mais neste segundo semestre. Esse empoderamento tecnológico alerta as varejistas quanto à necessidade de aprimorar a experiência do cliente com investimentos em omnichannel e personalização”, afirma a sócia da PwC Brasil Luciana Medeiros.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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