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Capital: Santa Casa alerta sobre quedas de idosos na pandemia

Os atendimentos têm se tornado mais comuns durante o isolamento

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O período de isolamento social em casa para proteção contra a COVID-19 tem gerado maior preocupação nos especialistas em cuidados com os idosos. Apenas neste ano de 2021, de janeiro a junho, a Santa Casa de Campo Grande recebeu 622 pacientes acima de 60 anos com os mais variados tipos de quedas, e dentre eles, os principais são quedas acidentais e da própria altura.

A médica geriatra do hospital, Drª Paskale Vargas, explica que para um corpo mais enfraquecido de nutrientes e com os reflexos mais lentos devido à própria idade, qualquer atividade comum pode se transformar em algo perigoso. “As quedas mais comuns estão relacionadas a tropeços ou desequilíbrios, resultado da falta de massa muscular, que acontece devido a inatividade física e dieta inadequada. É comum nos idosos a dificuldade de sentar e levantar da cadeira, por diminuição de tecido muscular nos quadris, região basicamente responsável pela locomoção”, comentou.

Quedas envolvendo idosos são potencialmente graves e as sequelas são eventos indesejáveis na vida do idoso e de sua família. Os casos mais comuns atendidos na Santa Casa, envolvem fraturas de fêmur e quadril, e são tidas como uma “catástrofe”, pois esses pacientes ficam expostos a vários riscos, necessitam de intervenção cirúrgica, tem um tempo de recuperação mais prolongado, e podendo não haver retorno da mobilidade na maioria dos casos.

A especialista explica que uma das formas de combater esses riscos é a rotina de atividade física e fortalecimento, uma alimentação adequada, com uso de dietas mais proteicas associadas aos exercícios de resistência, como a musculação que deve ser indicado e acompanhado por um profissional habilitado.

Neste período de isolamento social necessário, é preciso que as famílias busquem se reinventar e procurem formas de não deixar os idosos parados, por isso, estímulos cognitivos também são importantes. A médica ressalta ainda que a participação da rede familiar ajuda na melhora da qualidade de vida do ente querido. “A ociosidade do idoso é uma vilã, por isso não os deixar sozinhos ou sem afazeres é importante. Devem-se criar novas estratégias neste período como atividade física em casa, aulas de dança, música e pintura e demais ações que podem ser feitas remotamente, ajustado ao dia a dia da família, sem que haja uma exposição do idoso”, destacou a médica.

A maioria das quedas que demanda esse perfil de pacientes às unidades hospitalares ocorrem no interior das casas, por isso também é preciso ter um ambiente adequado para garantir a segurança deles. E a Santa Casa de Campo Grande disponibilizou algumas dicas assertivas para minimizar esses riscos.

  • Instalar luzes noturnas para iluminar o caminho do quarto até o banheiro, pode prevenir quedas durante a noite por exemplo;
  • Tapetes podem causar escorregões e tropeços, principalmente se o tapete enrugar. Remova-os quando possível ou substitua-os por tapetes de borracha nas áreas onde são necessários, como cozinha ou banheiro;
  • Se o idoso tem dificuldades para subir escadas, coloque rampas ou corrimões firmes para facilitar a subida. Prefira materiais antiderrapantes sempre;
  • Itens mantidos em prateleiras altas ou em armários de difícil acesso podem causar perda de equilíbrio, e nesse caso, o mais indicado é mantê-lo em locais mais acessíveis;
  • Instalar barras de apoio ao lado de vaso sanitário e dentro do box do chuveiro para facilitar a mobilidade, caso ela esteja reduzida ou prejudicada;
  • Dentro do quarto, instalar grades nas laterais da cama para auxiliar na hora de deitar e levantar.

Essas e outras ações podem ser desenvolvidas por familiares para que o ambiente esteja mais favorável para a necessidade individual do idoso. Além disso, manter um acompanhamento com médico geriatra é extremamente importante para que sejam avaliados os medicamentos de uso contínuo e doenças crônicas que podem, por exemplo, ocasionar torturas e demais situações adversas.

“Toda queda pode deixar sequelas e em idosos isso não é diferente. Precisamos tirar o estigma de que ficar velho é sinônimo de queda. O idoso mais propenso a cair é aquele que possui doenças crônicas que não estão sendo controladas, como por exemplo a diabetes e a hipertensão e aqueles que utilizam mais de cinco medicamentos por dia. Devemos ficar atentos ao idoso que tem medo de cair e aquele que no último ano já apresentou mais de duas quedas. Esses são sinais que esse idoso precisa passar por uma consulta médica para evitar fraturas e hospitalizações”, alerta a Drª Paskale.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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