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Abertura de estrada no Pantanal do Paiaguás reduzirá custo de transporte de gado e moradores

O acesso hoje é precário, interrompido em época de cheias, e o gado segue em comitivas.

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Como parte do pacote de obras rodoviárias em execução no Pantanal, cuja meta é implantar 1,5 mil km de estradas cascalhadas com recursos do Fundersul, o Governo do Estado publicou edital de lançamento de licitação para abrir acesso de 23,1 km de revestimento primário na região do Paiaguás, em Corumbá, para facilitar o escoamento de gado de cria, pessoas e insumos. O processo licitatório 57/008-849/22 está marcado para o dia 30 de novembro.

A integração rodoviária do Paiaguás com o Porto São Pedro, situado na beira do Rio Paraguai e distante 178 km por água de Corumbá, é uma antiga reivindicação dos produtores pantaneiros. A nova estrada ligará o porto a centenária fazenda Ipiranga, principal corredor de transporte de gado para comercialização nos leilões do município ou no planalto. O acesso hoje é precário, interrompido em época de cheias, e o gado segue em comitivas.

“Um pleito de muitos anos, uma estrada redentora para a região do Paiaguás, proporcionando o acesso da beira do Rio Paraguai até o ‘Firme’, o que nos permitirá escoar nossa produção por 12 meses a qualquer fazenda dessa região”, destaca Gilson de Barros, presidente do Sindicato Rural de Corumbá. “Uma grande luta que o governador Reinaldo Azambuja está tornando em realidade com essa licitação. Promessa feita, promessa cumprida”, acrescenta.

Reduz custos e tempo

A implantação dos 23,1 km de estrada naquela região corresponde a primeira etapa de um projeto que prevê mais 40 km de extensão de aterro para ligar o porto à MS-214, que sai de Coxim, também em obras, e chegará a divisa com Poconé (MT), no Porto Jofre. Atualmente, o acesso entre São Pedro e a fazenda Ipiranga, formado por vazantes e lagoas, dificulta o transporte do gado, de moradores e insumos, além de elevar os custos de produção.

“Hoje o Paiaguás tem o maior volume de bezerro do Pantanal de Corumbá e a saída desse gado é uma epopeia para o pantaneiro”, observa Luciano Leite, produtor e secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do município. “O acesso é paralelo ao rio e quando enche o gado não atravessa e é levado por comitiva para Coxim, Rio Verde ou Rio Negro, em longas jornadas, atravessando a ponte do Taquari, onde hoje o governo já implantou nova estrada.”

Luciano lembra que o governador Reinaldo Azambuja se empenhou pessoalmente para que essa obra fosse definida e licitada, citando sua visita à região na companhia do prefeito corumbaense Marcelo Iunes para conhecer a realidade local. “Os benefícios dessa estrada chegarão a todas as fazendas e vai aquecer o mercado de bezerro e de leilões dentro do município, além de abrir um novo caminho de prosperidade para a pecuária”, disse.

Estrada centenária

Mesmo com as dificuldades de acesso, hoje o Porto São Pedro, situado no entorno da Serra do Amolar (norte e Corumbá), movimenta entre 20 mil e 25 mil animais por ano, os quais descem para a cidade pelo rio em embarcações chamadas de boieiros. O trajeto tem inundações permanentes e sazonais e um solo argiloso. Veículos utilitários não trafegam e o meio de transporte de pessoas e suprimento às fazendas é o trator com carreta ou o lombo do cavalo.

“Pelo projeto, será uma estrada sustentável, respeitando as variantes do Pantanal, e sua construção trará muitos resultados, vai ajudar em muito a nossa pecuária e o ir e vir das pessoas”, comenta Armando Lacerda, tradicional pantaneiro e dono do Porto São Pedro. Ele cita a importância histórica da estrada, cujo traçado por picada surgiu durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) para fuga dos colonos e índios chané em direção ao centro do Paiaguás.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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