O Parque Jacques da Luz, em Campo Grande, ficou tomado pelo público, que acompanhou de perto todas as emoções e a adrenalina da quinta etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross, no último sábado (26) e domingo (27). Segundo a CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), organizadora da competição, cerca de 30 mil pessoas passaram pela pista montada na região das Moreninhas, atraídas pela velocidade, manobras radicais e disputas acirradas entre os melhores pilotos do país.
O evento contou com apoio do Governo de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer) e Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), que investiu R$ 249,9 mil do FIE (Fundo de Investimentos Esportivos).
Após seis anos, o retorno da competição nacional à Cidade Morena, que comemorou seu 124º aniversário no sábado (26), foi marcado pela chuva e queda nas temperaturas. Engana-se quem pensa que esses fatores desanimaram os campo-grandenses, que fizeram questão de prestigiar o evento do começo ao fim, dos treinos livres à disputa por pódio.
Muitos ocuparam as arquibancadas montadas à beira da pista, outros preferiram ficar de pé para não perder nenhum lance. Algumas pessoas optaram por maior conforto, levando cadeiras de praia, com o tradicional tereré ao lado. É o caso do paraguaio Júlio Benitez, de Pedro Juan Caballero, município que divide fronteira com Ponta Porã (MS).
O empresário da construção civil, de 31 anos, aproveitou a visita inédita a Campo Grande para levar sua esposa e o casal de filhos para assistir ao melhor do motocross brasileiro. “Foi um espetáculo, com uma pista belíssima e muita gente. É a primeira vez que venho a Campo Grande e fui presenteado em ver os melhores pilotos do Brasil”, destacou Benitez, revelando que espera voltar mais vezes à capital sul-mato-grossense.
Para o diretor-presidente da Fundesporte, Herculano Borges, a etapa do Campeonato Brasileiro superou as expectativas. “Tivemos casa cheia e tenho certeza de que quem compareceu gostou muito do espetáculo, das manobras, dos saltos e de toda a estrutura. Bastante pessoas aproveitaram o fim de semana para levar a família e apresentar o motocross a filhos, sobrinhos, netos. Mato Grosso do Sul está de portas abertas para futuras edições”.
A pista construída nas Moreninhas tem 1.700 metros de extensão e nove de largura, sendo considerada uma das mais técnicas e desafiadoras pelos pilotos. A lista de obstáculos naturais inclui trechos com “costelas”, king, mesas e barrancos propícios para duplos, triplos e quádruplos. O percurso tem ainda 12 curvas.
Fora da pista, uma estrutura completa foi montada pensando exatamente nos fãs do motocross e até mesmo naqueles que tiveram o primeiro contato com o esporte. O espaço do evento contou com praça de alimentação, stands de produtos relacionados ao motocross, área de exposição de motos e equipamentos.
A chuva trouxe um desafio extra, exigindo dos competidores maior controle e precisão em manobras na pista pesada. No total, 44 atletas representaram Mato Grosso do Sul. Além de pilotos brasileiros, a etapa teve participação estrangeira, recebendo competidores da Argentina, Equador, Paraguai, Portugal, Uruguai e Venezuela.
As provas foram nas categorias MX5, MX4, Nacional, MX1, MX2, MXJr, MX2Jr, MX3, 50cc, 65cc e Elite MX. No motocross, o pódio é formado pelos cinco melhores pilotos (top 5). Entre os sul-mato-grossenses, Heverton Silveira (Sete Quedas) garantiu o segundo lugar na categoria MXJR; Fernando Endo (Dourados), na 50cc e Diego Pich (Nova Alvorada do Sul), na MX4, asseguraram a quinta colocação.