O projeto “Saúde atrás das grades” está levando ampliação das ações estratégicas para rastreio e diagnóstico das hepatites virais em duas unidades prisionais de Campo Grande, sendo uma de regime semiaberto e outra do regime aberto. Iniciado em outubro, o trabalho é executado pela Associação Águia Morena de Redução de Danos, por solicitação do Ministério da Saúde e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-Brasil).
A ação prossegue até julho do ano que vem com o objetivo fortalecer as políticas de vigilância em saúde, integrando as gestões Estadual e Municipal para a ampliação do acesso das pessoas privadas de liberdade aos serviços de prevenção, diagnóstico, monitoramento, tratamento e atenção às Hepatites Virais B e C.
A iniciativa é realizada por meio de parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e as gerências técnicas de IST/AIDS do município e Estado. A proposta integra uma lista de 15 projetos aprovados pelo Ministério da Saúde e PNUD-Brasil para a ampliação de estratégias de redução de risco às hepatites virais no Brasil, sendo a única selecionada na região do Centro-Oeste.
De acordo com o coordenador dos trabalhos, Everton Lemos, que é enfermeiro e doutor em doenças infecciosas, em 10 meses serão realizados 1.000 testes de hepatites virais (B e C) e ainda Sífilis e HIV/Aids em internos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG), unidade de regime semiaberto, e da Casa do Albergado, regime aberto. “Os casos reagentes serão encaminhados para rede de assistência à saúde para confirmação diagnóstica e tratamento”, explica. “Serão realizadas ações de promoção da saúde, com educação em saúde e oferta de preservativos e material orientativo”, complementa.
A ampliação da oferta de testagem para identificação de pessoas com hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis são estratégias necessárias para a detecção de casos e início de tratamento precoce. “Esse projeto, em parceria com a Agepen, é de grande importância para o desenvolvimento do controle e combate a essas doenças no cenário das prisões”, comenta o coordenador.
Além da equipe da Associação Águia Morena, os trabalhos contam com apoio da Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen, por meio de sua Divisão de Assistência à Saúde Prisional; diretores e equipes de saúde das unidades prisionais envolvidas, e de enfermeiros e mobilizadores sociais.
A chefe da Divisão de Assistência à Saúde Prisional da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, esclarece que as parcerias, sejam com os órgãos governamentais ou não governamentais, são muito importantes para o desenvolvimento de ações que tenham como intuito a prevenção e o tratamento de doenças que possam acometer os privados de liberdade custodiados pela instituição. “No caso da hepatite, mais especificamente a hepatite C, o diagnóstico tardio pode levar a óbito”, destaca, lembrando que após o diagnóstico todo o tratamento vai correr dentro da rede de Assistência a Saúde/SUS.
O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, reforça que a atenção à saúde da população carcerária em Mato Grosso do Sul é constante, prova disso são as inúmeras ações desenvolvidas. “Além de mutirões e inclusão em todas as campanhas realizadas com a população externa, temos iniciativas específicas, como esta”, finaliza.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)