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Operação Pantanal 2024

Maior que Portugal: mapa mostra imensidão do Pantanal em MS e desafios de logística no bioma

Escola pantaneira só é acessível com barco e só possui energia graças a placas fotovoltaicas; telecomunicação também só é possível de ser feita via satélite

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Com um território maior que Portugal, o Pantanal sul-mato-grossense ocupa 27% de todo o Estado de Mato Grosso do Sul, com aproximadamente 98 mil km² de extensão – contra 92 mil km² de Portugal. Se comparado a outros países, a diferença fica maior ainda, com a porção do bioma em Mato Grosso do Sul equivalente a três Bélgicas – nação sede do parlamento europeu e que tem pouco mais de 30 mil km² de extensão.

O bioma se mostra desafiador diante de tais comparações, que levam em consideração apenas a porção sul-mato-grossense – o vizinho Mato Grosso possui os outros 35% do território pantaneiro. E como já dito, as dimensões do Pantanal exigem desafios à altura, como bem sabem o homem e a mulher pantaneira, que atravessam a região por horas de barco.

De Corumbá, a cidade mais ao oeste do Estado e que faz fronteira com a Bolívia, uma viagem de barco para a Serra do Amolar, mais ao norte e ainda no Mato Grosso do Sul, pode durar mais de cinco horas para superar 290 km. Localizada no noroeste do Estado, a Serra do Amolar é um dos locais mais isolados, mas não é o único no Pantanal.

O nordeste do bioma também é uma área de difícil acesso, tanto que no trabalho de combate aos incêndios florestais foi ali que a maioria das 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul foram instaladas, em fazendas particulares ou em áreas e unidades de conservação pública ou privada – 70% do Pantanal sul-mato-grossense está em áreas privativas.

Os desafios nesta época de escassez hídrica exige o esforço incansável dos combatentes contra o fogo. Desde abril deste ano, estão sendo empregados 446 bombeiros militares do Estado, 82 militares da Força Nacional, 233 brigadistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), além de militares da Marinha, Exército e Aeronáutica.

O esforço ainda conta com equipamentos por terra, água e ar: são 11 aeronaves, incluindo Air Tractors do Governo do Estado e do Ibama, helicópteros também do Estado, outros do Exército, e o cargueiro KC-390 da Força Aérea Brasileira. Um avião Cougar, do Exército Brasileiro, um navio patrulha, quatro embarbações e cinco viaturas da Marinha completam a lista.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, coronel Frederico Reis Pouso Salas, observa que o trabalho de combate ao incêndio se desenvolve de maneira integrada.

“O grande desafio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul é a dimensão do território do Pantanal. O bioma pantaneiro tem dimensões gigantes e possui dois grandes desafios. Primeiro a logística com a locomoção no terreno pantaneiro. O segundo é a permanência do combatente, do homem e da mulher na linha de frente aos incêndios. O reforço das Forças Armadas, por meio do Ministério da Defesa, facilita esses dois grandes desafios, fora o apoio da sociedade que vive na região pantaneira e também da Força Nacional”, justifica.


Os Pantanais

O Pantanal sul-mato-grossense está dividido em sete sub-regiões: Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque, Porto Murtinho, Nhecolândia e Paiaguás. A microrregião do Abobral tem 2.833 km², e é a menor de todas, limitando-se ao vale do Rio Abobral e, parcialmente, ao do Rio Negro.

Por ser uma região mais baixa, com apenas 90 metros de altitude, é uma das primeiras a se alargar totalmente durante as cheias, podendo permanecer assim por até seis meses, deixando os pastos parecidos com grandes lagoas, e as sedes de fazendas parecendo pequenas ilhas.

Para o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling, os pantanais de Aquidauana e Miranda, por exemplo, tem vocação para o ecoturismo.

“São regiões com as pousadas, que historicamente trabalham com a conservação do bioma. O turismo lá está acontecendo a pleno vapor pois nesse período do ano é uma das melhores épocas para avistamento de vida selvagem, com diferentes estruturas. Algumas fazendas, inclusive, têm projetos de conservação, como é Arara Azul, o Onçafari ou o Projeto de Conservação da Anta. Isso reflete na experiência que eles entregam ao turista”, diz.

O diretor da Fundtur ainda complementa que a Estrada Parque Pantanal ao longo do seu trajeto proporciona cenários incríveis. “Ainda temos os barcos-hotéis e toda a preocupação com a questão da pesca esportiva, do Pesque-Solte, além da utilização de 100% da mão de obra local. Com isso são movimentados mais de 1 mil empregos diretos, sendo essa atividade responsáveis por uma injeção de milhões de reais por ano na economia local. Esse é o nosso Pantanal, com biomas mais diversos, especialmente, com as pessoas que moram lá, e que são detentoras dos equipamentos turísticos, especialmente, as fazendas pantaneiras”, acrescenta.

 

Já o Pantanal de Aquidauana, que leva o mesmo nome do município onde está, é porta de entrada do bioma quando se vem da capital, Campo Grande. Essa microrregião possui um dos mais belos ecossistemas do planeta. O município de Miranda também é banhado pelo bioma, que atrai milhares de turistas e admiradores da pesca esportiva. O Pantanal de Miranda é rico em belezas naturais, biodiversidade de fauna e flora.

Distrito do município de Corumbá, Nabileque está localizado abaixo da “Cidade Branca” e é mais um dos ‘pantanais’. O Nabileque é um dos primeiros a sofrer as inundações e, por isso, a chegada das primeiras chuvas em outubro já viram motivo de preocupação.

O Pantanal de Nhecolândia destaca-se por sua imensa diversidade e é marcada pela presença de baías e salinas. É a única área de todo o Pantanal que apresenta o mosaico de lagoas salinas e de água doce, entremeando cordilheiras com vegetação florestal e, entre estas, corixos e vazantes.

Já o Pantanal de Paiaguás se localiza entre os rios São Lourenço, Taquari e Itiquira. A região de Paiaguás é conhecida por apresentar umas das cheias mais intensas do Pantanal, chamando a atenção dos moradores nas épocas de chuva. Seu solo é extremamente arenoso, tornando as atividades típicas da região, como a pecuária, atividade de sustento dos pantaneiros.

Por fim, bem ao sul, está localizado o Pantanal de Porto Murtinho, considerada a segunda menor microrregião, fazendo fronteira com o país vizinho, Paraguai.

O secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Thomitão Beretta, contextualiza a vida do homem e mulher pantaneira.

“Todas estas dificuldades citadas em relação a logística e as dimensões do Pantanal sul-mato-grossense, para nós, que não moramos no Pantanal, são muito grandes. Eles passam toda a sua vida, dependendo, exclusivamente, deste ecossistema para tirar o seu sustento. O homem e mulher pantaneira estão lá há mais de 250 anos. Eles têm uma cultura já de viver naquele local, a cultura da exploração da pecuária de corte, que é feita em perfeita harmonia com a natureza, preservando e produzindo”, frisa Beretta, que completa.

“Hoje temos um conceito aqui no estado de que o Pantanal precisa obrigatoriamente ser explorado por homens e mulheres que conhecem o Pantanal e que não vão deixar fazendas abandonadas apenas para aproveitamento ambiental, porque isso a gente sabe hoje que é extremamente prejudicial para a sustentabilidade por aumentar os riscos de incêndio e de abandono dessas áreas. Temos que valorizar a presença desta comunidde com toda a sua cultura e com toda a sua dedicação e harmonia com o meio ambiente”, finaliza.

Luz e Ação

A mulher e o homem pantaneiro estão acostumados com o isolamento humano e longas distâncias, mas o poder público, tanto estadual, federal e municipal, leva o apoio necessário.

Nos últimos dois anos, o projeto Ilumina Pantanal vem mudando a vida de muitos moradores da região. Mapear e atender às populações que vivem na maior planície inundada sempre foi um enorme desafio. As distâncias e o difícil acesso deixaram por décadas muitas comunidades isoladas, sem qualquer tipo de acesso à eletricidade.

O Governo de Mato Grosso do Sul, em parceria com distribuidora Energisa, implantou um sistema de fornecimento de energia por meio de sistemas individuais de geração solar fotovoltaica e armazenamento da energia excedente em baterias de lítio.

É o País Pantanal e sua gente lidando com adversidades e belas paisagens.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Operação Pantanal 2024

Bases avançadas do Corpo de Bombeiros no Pantanal garantem combate mais rápido e eficiente aos incêndios

As novas bases estão estrategicamente posicionadas para cobrir as áreas mais críticas do Pantanal, melhorando a logística durante as operações

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As 12 bases avançadas do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, instaladas neste ano nas diversas regiões do Pantanal, estão garantindo um combate mais rápido e eficiente durante a Temporada de Incêndios Florestais 2024. As bases são uma novidade implantada pela Operação Pantanal e o objetivo é que sejam mantidas permanentemente para atendimento às ocorrências de incêndios em todas as épocas do ano.

Um exemplo do resultado positivo da iniciativa foi um combate realizado no último dia 9 de setembro, quando um incêndio foi registrado na fronteira entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, próximo à base de Paraíso. De acordo com a equipe que trabalha no local, o fogo, oriundo do estado vizinho, ultrapassou o Rio Piquiri atingindo uma fazenda já no território sul-mato-grossense. Graças à proximidade da base e a ação rápida dos militares, o foco foi contido evitando um incêndio de grandes proporções.

De acordo com o subcomandante-geral e coordenador da Operação Pantanal, Coronel Adriano Noleto Rampazo, resultados como esse comprovam a eficiência das bases, consolidando um sistema de resposta mais ágil e eficaz frente aos desafios impostos pelos incêndios florestais.

“Principalmente na região do Pantanal, nós enfrentamos condições adversas durante o combate, como a dificuldade de acesso causada por terreno irregular, morrarias, obstáculos naturais e muitos outros empecilhos. Quando pensamos na instalação dessas bases, nosso intuito foi justamente o de garantir um acesso mais rápido aos focos para evitar que eles fiquem sem controle e causem maiores estragos, causando prejuízos à biodiversidade e às comunidades locais. Graças a essas bases instaladas em pontos estratégicos, hoje estamos conseguindo acessar os incêndios em um tempo bem menor do que nos anos anteriores. Isso garante também menor desgaste aos militares, que precisam se deslocar por distâncias menores, além de facilitar o transporte de equipamentos e toda a estrutura demandada”, explicou o comandante.

As novas bases estão estrategicamente posicionadas para cobrir as áreas mais críticas do Pantanal, melhorando a logística durante as operações. Elas foram nominadas de Jatobazinho, Amolar, Redário, Santa Mônica, Paraíso, São José do Piquiri, Cristal, São Sebastião Grande, Dois de Maio, Lourdes, Nhumirim e Forte Coimbra.

Todas as bases são equipadas com maquinários e outros acessórios utilizados no combate aos incêndios, além de tecnologia que permite o acesso à internet, o que permite a comunicação dos militares com a Sala de Situação do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), instalado em Campo Grande e em Corumbá. Graças a essa estrutura, diariamente as bases encaminham ao comando da Operação um relatório das ações do dia e da situação de cada foco.

Além do combate direto aos incêndios, as bases também desempenham um papel fundamental em atividades de prevenção e monitoramento. As equipes realizam vistorias regulares nas áreas afetadas com objetivo de identificar possíveis novos focos de incêndio antes que se alastrem e promovem campanhas de conscientização entre as comunidades ribeirinhas e fazendas.

A expectativa é que a permanência dessas bases durante todo o ano reduza significativamente os danos causados pelos incêndios florestais.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Operação Pantanal 2024

Filhote de macaco-prego é salvo após incêndios no Pantanal e tratado no Hospital Ayty

O pequeno sobrevivente foi batizado Fênix, uma simbólica referência ao pássaro mitológico que renasce das cinzas

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Um filhote de macaco-prego foi recebido no Hospital de Animais Silvestres Ayty após ser resgatado das cinzas de um incêndio florestal no último dia 13, na região pantaneira do Salobra, em Miranda. O resgate foi feito por equipes do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal) durante monitoramento das áreas afetadas pelas chamas que atingem o Pantanal.

O pequeno sobrevivente foi batizado Fênix, uma simbólica referência ao pássaro mitológico que renasce das cinzas. Assim o filhote de macaco se torna um símbolo de esperança. Após ser encontrado, Fênix foi tratado pela equipe da base de Miranda até o dia 16, quando foi transferido para o Ayty, localizado nas dependências do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, para cuidados mais intensivos.

Devido à sua idade extremamente jovem, o macaco-prego exige atenção especializada, como alimentação com mamadeira a cada duas horas e aquecimento constante, características de cuidados semelhantes aos de um bebê humano. Ele também está sendo estimulado a defecar e urinar, e está em um local aquecido.

A equipe de veterinários do CRAS continua o tratamento iniciado pelos profissionais do Gretap e da Operação Arca de Noé, do Ibama, com foco na recuperação do animal. As equipes seguem monitorando áreas devastadas, prestando socorro e reforçando o compromisso com a preservação da biodiversidade no Pantanal.

Agora sob os cuidados do CRAS, Fênix vem mostrando sinais de recuperação a cada dia. “O cuidado com animais silvestres é extremamente delicado e exige muita atenção. Eles são muito sensíveis. Estamos alimentando o macaco de duas em duas horas. Ele foi encontrado ainda com o cordão umbilical, um bebe ainda”, comentou a gestora do hospital, Aline Duarte.

O Ayty, que está inserido na estrutura do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), é uma das mais modernas e completas estruturas dedicadas ao atendimento da fauna no Brasil. Com uma área construída de 1.153,33 m², o espaço foi projetado para oferecer um ambiente funcional e equipado para atender as diversas necessidades dos animais resgatados.

Este período do ano é considerado o mais crítico em relação aos incêndios florestais, intensificados pelas condições climáticas e, infelizmente, por ações humanas. Desde maio, o Estado impôs a proibição total de queimadas, com todas as autorizações suspensas. Nenhum produtor rural, indústria ou cidadão está autorizado a realizar queimadas. A proibição busca conter os danos causados ao meio ambiente e proteger a biodiversidade.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Operação Pantanal 2024

Incêndios florestais se intensificam em biomas de MS, e na fronteira com a Bolívia combate continua

Já o monitoramento é realizado nas regiões de Aparecida do Taboado, Água Clara, Estrada Parque (Corumbá) e Chapadão do Sul.

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Com previsão de continuidade da estiagem em Mato Grosso do Sul, aliado a baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas, os incêndios florestais se intensificam em todos os biomas no Estado.

Atualmente o combate é feito nas regiões do Paiaguás, Paraguai Mirim, Nabileque, Porto Índio, Miranda, Aquidauana, Costa Rica, São Gabriel do Oeste, Porto Murtinho, Naviraí (Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema).

Já o monitoramento é realizado nas regiões de Aparecida do Taboado, Água Clara, Estrada Parque (Corumbá) e Chapadão do Sul.

A região do Pantanal sul-mato-grossense enfrenta condições climáticas que potencializam o risco de incêndios florestais. A previsão para os próximos dias continua sendo de estiagem, baixa umidade relativa do ar e temperaturas elevadas. Diante deste cenário, as equipes mantêm as ações de vigilância nas áreas atingidas e também nas regiões onde estão instaladas as 12 bases avançadas.

As temperaturas na região estão em condições extremas, com registros que chegam a 40°C, vento com rajadas de quase 50 km/h e umidade relativa do ar em 10% na maior parte do Estado.

Com atuação para controle e extinção das chamas nos diferentes biomas presentes em MS – Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica – o trabalho do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar) é intenso em Miranda, onde foi realizado alijamento (soltura de água para contenção das chamas) com o apoio da aeronave KC-390, nas três frentes microrregião do Salobra, Betione e Retiro Chora, que contam com combatentes e como prioridade de proteger os moradores ribeirinhos.

Na região do Paiaguás, é realizado combate a focos ativos que estão próximos à divisa com o estado do Mato Grosso, onde o fogo está às margens do Rio Piquiri.

Na área do Paraguai Mirim desde terça-feira (9) os bombeiros fazem o combate aos focos que ameaçavam a comunidade local.

Outro local que demanda atuação constante das equipes é na região do Porto Índio, na fronteira com a Bolívia, onde os bombeiros atuam há sete dias. Um segundo foco – mais ao sul, também próximo ao país vizinho – tem acompanhamento dos militares desde domingo (8). A área em chamas no Porto Índio é de difícil acesso e mobiliza transporte de militares com uso de aeronaves.

A Operação Pantanal 2024 completa 162 dias com trabalho que envolve militares de diversos estados, além de outras forças de segurança estadual e federal, com apoio de diversas aeronaves, além de equipes por água e ar.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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