O Governo do Estado, por meio de sua Fundação de Cultura, investiu neste ano R$ 620 mil no carnaval de Corumbá, considerado o maior da Região Centro-Oeste do País. Foram R$ 400 mil para as escolas de samba e R$ 220 mil para os blocos oficiais da Cidade Branca.
Para o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (Liesco), Victor Raphael de Almeida, o recurso é importante para a montagem das fantasias e alegorias, gerando emprego e renda. “Estamos aí na expectativa para os desfiles de abril. Uma situação inteiramente nova pra gente, desfilar fora da época do carnaval, mas também com muita expectativa. O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e a Fundação de Cultura têm um histórico de grande parceria com o carnaval da nossa cidade, e esse ano não foi diferente. Foi realizado o aporte de recursos para que a gente possa montar fantasias e alegorias que vão atrair turistas, circular renda e gerar emprego no nosso município. Quem vê a festa de longe não sabe como ela é formatada. Quem só vem para assistir ou para brincar o carnaval não sabe a indústria que é formada para que os desfiles aconteçam. E isso é muito importante do ponto de vista econômico e social do nosso município”.
No dia 22 de abril, sexta-feira, desfilam: Caprichosos de Corumbá (com o samba enredo “Quebrando as barreiras do preconceito, a Caprichosos te convida a manter os pés no chão, mas deixe o Amor tomar conta do seu Coração”), Mocidade Independente da Nova Corumbá (“A Esperança que surge das matas: Ossaim, o Orixá da Saúde”), Acadêmicos do Pantanal (“Da Terra sou Particular, do Fogo sou Paixão. Do Ar sou Infinito, da Água sou Imensidão”), Império do Morro (“Sou Mulher, meu lugar é na Império. Cantar meu samba é o que mais quero!”) e Estação 1ª (“Uma Fantástica Viagem ao Reino da Imaginação”).
Dia 23, sábado, é a vez da Marquês de Sapucaí (“Intolerância Não! Viva e Deixe Viver, Brasil”), Major Gama (“Sob as Bençãos da Pomba da Paz, a Major Gama exalta as Marias da História e da vida”), A Pesada (“Em uma História de Amor, Nem tudo que Reluz é Ouro”), Vila Mamona (a tradicional agremiação resolveu contar a sua história na Avenida General Rondon) e Imperatriz Corumbaense (“Imperatriz Apresenta Roberto Orro: O Orgulho do Pantanal”).
Já os 11 blocos oficiais desfilam no dia 21 de abril: Vitória Régia; Clube dos Sem; Nação Zumbi; Bola Preta; Arthur Marinho; Flor de Abacate; Praia Bola e Cerveja; Os intocáveis ; Oliveira Somos Nós; Afro Samba Reggae; e Águia da Vila.
O presidente da Liga Independente dos Blocos Carnavalescos de Corumbá (Liblocc), Rashid Arruda Ahmad, está contente com o aumento da verba para os blocos. “Neste ano, a Fundação de Cultura do Estado repassou pra Liga R$ 20 mil para cada bloco. Foi bem significante, teve um aumento de praticamente 100%, porque o valor dos últimos anos não chegava a R$ 10 mil por bloco. Está todo mundo ansioso para voltar à avenida, emoções à flor da pele, tanto pelas homenagens às pessoas que perdemos que faziam parte do carnaval, pessoas que amavam o carnaval, como até o antigo presidente da Liga dos Blocos, finado Catarino de Oliveira, que presidiu a liga desde a sua fundação até 2018”.
“A gente acredita que a população vai aderir ao Carnaval deste ano pelo fato de a gente ter passado por tanta luta, tanta dificuldade, e porque o povo ama essa festa. Casou de ser a mesma data de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas a gente acredita que até mesmo pessoas de fora do Estado que virão pra nossa cidade, por ser numa quinta-feira, dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, é feriado, em muitos lugares tem essa emenda de ponto facultativo. A gente acredita que a população vai aderir e a gente está preparado para fazer uma festa maravilhosa. Vai ser uma festa linda como sempre é e como sempre foi importante pra cultura aqui o nosso Estado, do Centro-Oeste, da nossa Cidade Branca, nosso Pantanal querido”.
“E essa parceria com o Governo do Estado, principalmente agora nessa gestão do governador Reinaldo Azambuja, e o presidente da Fundação, o Cegonha, que sempre são sensíveis à importância do nosso carnaval de Corumbá para a cultura do Estado. Nós, como agentes culturais, agradecemos essa parceria porque sem a contribuição do Governo do Estado, ainda mais agora nesse período de pandemia, que teve esse aumento dos valores de material, de mão-de-obra, o governo foi sensível e deu esse aumento pra gente, coisa que há muitos anos não havia, e teve agora”.
“A gente leva em torno de dez mil foliões para a avenida. O povo aqui é animado mesmo, ansioso pelo carnaval”, finaliza Rashid.