A recuperação do meio ambiente, por meio de práticas como conservação do solo, plantio de árvores e até recolhimento de água da chuva estão mudando a realidade de pequenos produtores rurais de Bonito e Jardim e ajudando a manter Bonito como a melhor região de ecoturismo do mundo. Eles vivem em pequenas propriedades situadas as margens dos rios Formoso e Prata e, ontem (30), 40 deles receberam o certificado de participação do PSA (Programa de Pagamento por Serviços Ambientais) Uso Múltiplo Rios Cênicos, da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Os certificados foram entregues pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico da Semadesc, Rogério Beretta, em reunião técnica no Sindicato Rural de Bonito. O evento foi realizado pelo sindicato em parceria com Imasul, Semadesc, WWF, e IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena).
O programa visa a conservação das florestas e demais formas de vegetação natural privadas existentes, restauração ecológica das florestas e demais formas de vegetação natural privadas e conversão produtiva de pastagens e terras degradadas para usos alternativos da terra com maior armazenamento de carbono.
Equipes do IASB, Semadesc, e produtores reunidos durante evento do PSA (Pagamento de Serviços Ambientais) em Bonito
Na oportunidade, a coordenadora de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos Sylvia Torrecilha, da Semadesc, apresentou os resultados da primeira fase do PSA e levou a uma plateia de mais de 100 produtores as normas do programa, as ações e como participar do PSA. Na primeira fase do PSA, 42 propriedades foram homologadas como aptas a receber os recursos. Dessas, segundo Sylvia, 40 foram certificadas com atendimento de 92% das metas previstas no programa.
“O resultados são excepcionais e comprovam a eficácia do programa e de medidas dessa natureza que estimulam os proprietários a cuidar da natureza”, salientou o secretário Jaime Verruck. Ele acrescenta que o programa ainda cria a cultura conservacionista e amplia os conhecimentos da população sobre educação ambiental.
O diretor-presidente do IASB, Eduardo Coelho, enalteceu a força da parceria com a Semadesc para manter a produção com sustentabilidade. “Temos que conviver em harmonia e o PSA é um exemplo de que isso pode dar certo. Dá pra conservar e ganhar. Ficamos felizes com a adesão dos produtores e a grande maioria executou plenamente o projeto”, acrescentou.
O Iasb (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, fundada em 2002 e tem como missão conservar as águas da Serra da Bodoquena, gerindo os recursos naturais de forma participativa e sustentável, visando recuperar, conservar e proteger os rios, solos, matas e a biodiversidade da região, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Ela atua na promoção de ações e implantação de projetos nas áreas de recuperação e educação ambiental e é grande parceira do Governo do Estado.
A analista de conservação da WWF Brasil, Laís Cunha, também disse no evento que a entidade apoia o trabalho do PSA e que espera que a ação seja continuada.
Parceria que dá resultados
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Rogério Beretta exaltou a atitude dos produtores e a importância das parcerias público-privadas onde o Governo, produtores rurais e ONGs atuam juntas. “Isso mostra o sucesso da união entre a Semadesc, a WWF, o IASB funcionando”, acrescentou.
Em Bonito e Jardim, as 40 propriedades cumpriram com uma série de recomendações, adotaram as ações necessárias para conservar o solo e a água, na lógica de fazer a preservação aliada ao ecoturismo e o mais importante ajudaram a manter região de Bonito como melhor destino de ecoturismo o mundo.
Beretta ainda ressaltou a atuação das câmaras técnicas de conservação de água e solo fazendo análise de mais de 200 projetos na região. “São várias ações que estamos trazendo para Bonito e junto a Sudeco. Já anunciei no ano passado a criação de patrulhas ambientais que vão auxiliar nos trabalhos de conservação e preservação do meio ambiente”, esclareceu. Ele ainda destacou que o Governo conta com equipamentos patrulha mecanizada para melhoria de estradas rurais e conservação do solo. “Tudo para apoiar o produtor tanto nas ações de manejo e conservação do solo e das estradas rurais para evitar danos ambientais. Por isso hoje estamos muito felizes com o resultado do Programa”, concluiu.
Vereador Elias Ishy conversou com o diretor interino do Imam, Fábio Luis (Foto: João Pires/Assessoria/CMD)
Com o propósito de contribuir com questões ambientais, o vereador Elias Ishy (PT) esteve na última sexta-feira (28) com o diretor-presidente interino do Instituto de Meio Ambiente (IMAM), Fábio Luis da Silva. Durante o encontro, foram discutidos e apresentados projetos relacionados ao plano municipal de arborização, bem como à ampliação e destinação da coleta seletiva.
Na reunião, o vereador reforçou a necessidade da revisão e efetivação do PDAU (Plano Diretor de Arborização Urbana), incluindo um mapeamento e manejo de árvores doentes, além de ações de plantio de espécies nativas. “O PDAU foi aprovado em 2020, após diversos debates e encaminhamentos dos diversos segmentos relativos ao tema. Desta forma, é necessário que o plano seja revisto e suas ações retomadas, já que não foram implementadas neste período”, enfatizou.
Ishy também abordou a necessidade de investimentos na Agecold (Associação dos Agentes Ecológicos), responsável na destinação final e separação de resíduos sólidos, onde recentemente fez visita e constatou a situação precária de trabalho, devido à falta de infraestrutura. “Este local precisa de adequações urgentes, com espaço físico compatível e estrutura necessária para que os resíduos sólidos sejam separados na totalidade, onde, segundo consta, metade do material coletado não é totalmente reaproveitado”, apontou.
Segundo Fábio Luís, que é secretário de Planejamento e ocupa interinamente o comando do IMAM, a administração municipal pretende expandir o sistema de coleta e reconhece a necessidade de adequar um local para a destinação desses resíduos. Em relação ao plano de arborização, afirmou que estão sendo elaboradas ações de plantio, poda e supressão em áreas centrais com deficiência de cobertura arbórea. Além disso, outras atividades deverão ocorrer com a participação da comunidade escolar.
Elias Ishy reforça que o envolvimento da sociedade nas questões ambientais é fundamental, com uma política ambiental participativa com todos os segmentos, tais como escolas, universidades, entidades públicas e privadas e igrejas. “Os desafios ambientais estão entre as prioridades do mandato, e desta forma iremos acionar o governo municipal e fortalecer o diálogo com a sociedade civil organizada para que possamos ampliar e fortalecer as políticas públicas de meio ambiente do nosso município”, completou o vereador.
Encontro marcou as primeiras ações das comissões de meio ambiente das instituições. (Foto: Divulgação)
A Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Dourados, conduzida pelos vereadores Elias Ishy (PT), Karla Gomes (PODE) e Franklin Schmalz (PT), se reuniu na quinta-feira (13), no plenarinho da Câmara, com os membros das comissões de Meio Ambiente e de Direito Agrário da OAB/Dourados/Itaporã, representadas pelos advogados Fábio Aparecido Julio, Leonardo Amaral Garcia, João Waimer Moreira Filho, Francielo Juliano Moraes, Edgar Gonçalves Fernandes e Roberto Henrique Franco.
O encontro teve o propósito de consolidar parcerias, apresentar demandas e traçar metas de atuação entre a Comissão do Meio Ambiente da Câmara e comissões da Ordem dos Advogados. Entre os principais temas abordados estão relacionados ao acesso e efetivação da legislação ambiental, acompanhamento dos planos municipais de arborização, políticas ambientais, saneamento básico.
O presidente da Comissão do Meio Ambiente da OAB, Fábio Aparecido Julio, enfatizou a importância da parceria nas questões ambientais do município e apontou desafios a serem enfrentados junto à sociedade organizada. “Enquanto comissão queremos contribuir com política ambiental do meio ambiente, fortalecendo o debate junto com o legislativo municipal, entidades governamentais e instituições públicas”, afirmou.
Já o presidente da Comissão Direito Agrário, João Waimer Moreira Filho, demonstrou preocupação com relação ao limite territorial entre os municípios de Dourados e Itaporã, “Estamos dispostos a prestar auxílio, com nosso conhecimento, tendo em vista que se não for resolvida esta questão de atuação, a tendência é só aumentar a dificuldade de atuação jurídica”, disse.
Para o vereador Franklin Schmalz, membro da Comissão de Meio Ambiente, o momento é oportuno para a plena efetivação da lei de emergência climática, que prevê medidas de enfrentamento das consequências climáticas no município. “Temos condições extremas no clima, como áreas alagadas pelo excesso de chuvas, que resultam inclusive no impacto da produção agrícola”, alertou.
A vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Karla Gomes, reforçou a importância da participação da sociedade nas discussões que envolvem o tema, incluindo os conselhos representativos, como na elaboração de leis e campanhas de conscientização. “Muitas vezes a legislação não funciona porque a sociedade não participa através dos conselhos e órgãos representativos”, afirmou ao exemplificar algumas ações relativas à causa animal.
O vereador Elias Ishy apontou ainda a necessidade de envolver as universidades, por meio de convênios com as instituições, nas ações que envolvem políticas públicas ambientais e enfatizou a importância da transparência e acesso às leis. “Nós temos condições de trabalhar com todos os segmentos e, cabe a nós criarmos ferramentas para a participação da sociedade”, concluiu.
Organismos municipais e de segurança definem critérios para atender chamados de remoção de árvores com mais agilidade em Dourados – Foto: A. Frota
Agentes do Instituto Municipal do Meio Ambiente (Imam), Defesa Civil, Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) e Corpo de Bombeiros debateram nesta quinta-feira (30) formas de agilizar a remoção de árvores com risco de queda em Dourados. O encontro ocorrido na sede do Imam foi solicitado pelo prefeito Marçal Filho, com o pedido de que as entidades adotassem medidas para otimizar o atendimento para a população, bem como atuarem de forma conjunta na prevenção, com a extração de árvores que já ofereçam risco aparente de queda.
Foi definida a otimização do processo de remoção das árvores em Dourados, o que será feito por meio da alteração do artigo 32, da Lei n 4.698 de 2021, que “Dispõe sobre o monitoramento da vegetação arbórea e estímulos à preservação das áreas verdes no Município de Dourados-MS, e dá outras providências.”
Conforme detalha o diretor-presidente do Imam, Fábio Luis, o texto aponta a necessidade da autorização prévia do instituto para retirada de árvores na cidade e, diante da nova definição aprovada pelas entidades, essa não será mais necessária, o que passará a valer, após os trâmites jurídicos que envolvem a mudança. O impacto é positivo, principalmente pelo fato que rajadas de vento, acompanhadas com chuvas, durante o verão, tem gerado diversos incidentes em 2025, com registros de algumas árvores que caem e atrapalham o trânsito na rua e em outros casos atingiram veículos.
“O Imam já trabalha de forma alinhada com a Defesa Civil, Semsur e Corpo de Bombeiros e com essa alteração será possível encaminhar essas retiradas de forma mais rápida, o que era um pedido do prefeito Marçal Filho, tanto em casos de atendimentos a chamados de urgência com queda de árvore durante eventos climáticos adversos ou de forma preventiva”, destaca o diretor.
A análise da condição da árvore será feita pelos próprios agentes das entidades, após capacitações do Imam, a respeito destes processos, e do que levar em consideração para ‘condenar’ ou não a espécie. A definição passará por tratativas com o departamento jurídico do Imam, Procuradoria Geral do Município e posteriormente será colocada em pauta na Câmara Municipal, para posterior sanção do prefeito Marçal Filho.
Fábio Luis recorda que além desta modificação, recentemente, a Prefeitura de Dourados publicou edital do Imam para a contratação de empresa especializada no mapeamento e manejo de árvores doentes no município. O contrato prevê a supressão de árvores em estado crítico, ou seja, aquelas que apresentam risco eminente de tombar sobre casas e carros, bem como o plantio de mil mudas nativas do bioma local, com o objetivo de revitalizar e preservar a arborização da cidade.
De acordo com o edital, divulgado no Diário Oficial do Município, o trabalho também inclui a trituração e remoção de resíduos vegetais, realização de tomografia 3D para diagnóstico preciso e tratamento fitossanitário de árvores tombadas como patrimônio histórico.