Cidades

Fechamento de fronteira entre Brasil e Bolívia atinge comércio internacional e estudantes

Protesto está programado para ser realizado durante 48 horas e gera impacto em cerca de 500 alunos.

Publicado

on

O trânsito de veículos entre Brasil e Bolívia, a partir de Corumbá, está suspenso por 48 horas desde o início da madrugada desta segunda-feira (8).

O “paro”, como é definido esse tipo de protesto, já é o segundo que ocorre na região no prazo de menos de 15 dias.

A manifestação anterior foi no dia 25 de julho e durou 24 horas.

O motivo apresentado é o mesmo: cobrança de comitês cívicos para que o governo federal boliviano realize o censo, que estava previsto para novembro de 2022, mas acabou adiado para 2024.

A previsão é que com a paralisação de fluxo de veículo, mais de 100 caminhões fiquem sem trafegar pela região somente nesta segunda-feira (8).

O número de veículos com carga pode aumentar porque a manifestação vai prosseguir para esta terça-feira.

A informação que a fronteira ficaria fechada foi divulgada na semana anterior para empresas, por isso alguns carregamentos podem ter segurado o despacho para após a quarta-feira.

O Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Pantanal (Setlog Pantanal) está acompanhando a movimentação e notificou empresas e motoristas particulares que transitam na região.

Conforme a entidade, pode haver filas na rodovia Ramão Gomes, que liga Corumbá a Puerto Quijarro (na Bolívia), durante este dois dias de paro.

Ainda há previsão de caminhões fiquem parados em Corumbá, em pátios de transportadoras que têm escritórios na Capital do Pantanal.

Mato Grosso do Sul movimentou na fronteira Brasil-Bolívia mais de US$ 730 milhões, entre importação e exportação, no período de janeiro a junho.

A média é que em torno de US$ 4 milhões circulam diariamente nessa região, que abriga o maior porto seco do Centro-Oeste.

Além do reflexo no comércio internacional de Mato Grosso do Sul, o fechamento da fronteira gera dificuldade para estudantes.

Em Puerto Quijarro há universidade que abriga estudantes brasileiros, principalmente os que querem fazer Medicina.

Além disso, há alunos de ensino fundamental e médico que moram em municípos fronteiriços, como Quijarro, Puerto Suarez e o distrito de Arroyo Concepción, e vêm até Corumbá para estudar.

Estima-se que há 500 alunos que fazem essa viagem diariamente.

Como nenhum carro está passando para nenhum dos dois lados, parte desses alunos devem ficar sem aula nesses dois dias de manifestação.

Quem decide atravessar a fronteira precisa realizar uma caminhada de cerca de 800 m até acessar um dos dois países.

A previsão é que mototaxistas e motoristas de táxi devem aumentar sua frequência na região para poder levar uma demanda maior de passageiros.

Na região de Corumbá e Puerto Quijarro, não houve registro de incidentes de violência contra a manifestação.

Porém, o mesmo tipo de protesto acontece em outras partes da Bolívia e houve alguns confrontos. Fotógrafo do jornal boliviano El Deber chegou a ser atacado durante cobertura que era feita nas proximidades de Santa Cruz de la Sierra.

Conforme o jornal, havia policiais no local, mesmo assim não houve intervenção.

Na Bolívia, há uma disputa política que ocorre entre o governo federal, que tem como presidente Luis Arce, do partido MAS, e o governo departamental de Santa Cruz, que tem com governador Luis Fernando Camacho.

O governador é um dos apoiadores do paro. A realização do censo na Bolívia, tal qual ocorre no Brasil, gera índices que servem para definir repasses de recursos federais para departamentos (espécie de estado) e os municípios.

(Fonte: Portal do Ms. Foto: Reprodução)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas

Sair da versão mobile