Além do reflexo no comércio internacional de Mato Grosso do Sul, o fechamento da fronteira gera dificuldade para estudantes.
Em Puerto Quijarro há universidade que abriga estudantes brasileiros, principalmente os que querem fazer Medicina.
Além disso, há alunos de ensino fundamental e médico que moram em municípos fronteiriços, como Quijarro, Puerto Suarez e o distrito de Arroyo Concepción, e vêm até Corumbá para estudar.
Estima-se que há 500 alunos que fazem essa viagem diariamente.
Como nenhum carro está passando para nenhum dos dois lados, parte desses alunos devem ficar sem aula nesses dois dias de manifestação.
Quem decide atravessar a fronteira precisa realizar uma caminhada de cerca de 800 m até acessar um dos dois países.
A previsão é que mototaxistas e motoristas de táxi devem aumentar sua frequência na região para poder levar uma demanda maior de passageiros.
Na região de Corumbá e Puerto Quijarro, não houve registro de incidentes de violência contra a manifestação.
Porém, o mesmo tipo de protesto acontece em outras partes da Bolívia e houve alguns confrontos. Fotógrafo do jornal boliviano El Deber chegou a ser atacado durante cobertura que era feita nas proximidades de Santa Cruz de la Sierra.
Conforme o jornal, havia policiais no local, mesmo assim não houve intervenção.
Na Bolívia, há uma disputa política que ocorre entre o governo federal, que tem como presidente Luis Arce, do partido MAS, e o governo departamental de Santa Cruz, que tem com governador Luis Fernando Camacho.
O governador é um dos apoiadores do paro. A realização do censo na Bolívia, tal qual ocorre no Brasil, gera índices que servem para definir repasses de recursos federais para departamentos (espécie de estado) e os municípios.