Apenas três meses após o início das obras, o governador Reinaldo Azambuja entregou nesta quarta-feira (25), em Maracaju, a pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais da Rua Germano Bellan, que dá acesso a Fundação MS, palco da Showtec, em um investimento de R$ 2,226 milhões. Ele também concedeu licença ambiental para a 2ª usina de etanol de milho do Estado, que vai gerar 650 empregos diretos e indiretos.
Na inauguração da maior feira agropecuária de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja destacou a importância dos investimentos em ciência e tecnologia, a expansão do agronegócio e comentou sobre a Rota Bioceânica.
“Somos o Estado que mais investe em ciência e tecnologia do Brasil e esse é o trabalho da Fundação MS. Mato Grosso do Sul avançou muito em área plantada, passamos de 1,5 milhão de hectares para 3 milhões e a Fundação MS tem um papel importante nessa expansão. Não é à toa que a Folha de S. Paulo deu que Mato Grosso do Sul tem o maior crescimento do PIB da década. Eu não tenho dúvida de que vamos chegar a 5 milhões de hectares de área plantada e passar de 2 milhões de hectares de florestas plantadas”, disse o governador.
A Fundação MS é um centro de pesquisa e difusão de tecnologias agropecuárias que trabalha em parceria com o Governo do Estado no desenvolvimento de técnicas de modernização da agricultura. Ela realiza todos os anos a Showtec, maior feira do agro de Mato Grosso do Sul.
Em dias de evento, o trânsito de expositores e visitantes é intenso. Somente na edição deste ano, são esperadas 16 mil pessoas em três dias de evento.
A obra de pavimentação foi executada com recursos do Pró-Desenvolve, o Fundo Estadual Pró-Desenvolvimento Econômico, administrado pela Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
O prefeito de Maracaju, José Marcos Calderan, elogiou a gestão municipalista e enfatizou a importância da entrega do asfalto. “A importância dessa obra é a importância da Fundação MS com a tecnologia agrícola e desenvolvimento para a nossa região de Maracaju. Aí você tem toda a questão de receber muitos visitantes de fora. A pavimentação dá mais segurança e conforto para quem vai ao Showtec”.
O presidente da Fundação MS, Luciano Muzzi, também agradeceu o apoio do Governo do Estado. “Este ano, o governador Reinaldo Azambuja nos presenteia com o asfalto. Perdi as contas de quantas vezes foi prometido e o governador de pronto decidiu fazer. Muito obrigado pelo apoio à Fundação MS e ao Showtec”.
Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Paulo Corrêa também elogiou os investimentos estaduais. “Estamos muito contentes com os investimentos do Governo. Este acesso à Showtec é importantíssimo, garantindo segurança e conforto, para esse lugar de ciência e tecnologia”.
Já sobre o novo corredor logístico, Reinaldo Azambuja falou da reportagem publicada no jornal inglês The Economist. “O The Economist deu a matéria de que a Rota Bioceânica é o novo Canal do Panamá”, lembrou.
A reportagem fala sobre os investimentos da Rota Bioceânica e os impactos econômicos, sociais e ambientais, principalmente na região do Chaco paraguaio.
Fundação MS
Criada em 18 de março de 1992, por produtores rurais com o objetivo de gerar e adaptar tecnologias para apoiar o crescimento da área cultivada em Mato Grosso do Sul, a Fundação MS é uma empresa privada, sem fins lucrativos e com certificados de utilidade pública federal, estadual e municipal.
Até hoje a entidade é liderada por um conselho, composto por produtores rurais e dirigida em conjunto com pesquisadores, que há 25 anos realizam o Showtec, maior mostra de tecnologia do agro de Mato Grosso do Sul, que reúne consumidores e estudiosos do setor.
Mais empregos
Também no Showtec, o governador Reinaldo Azambuja entregou a licença ambiental à Usina de Etanol Neomille.
Por meio do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o Governo do Estado concedeu licença ambiental do empreendimento da empresa Neomille em Maracaju, a 2ª usina de etanol de milho no Estado.
A Neomille é um empreendimento do Grupo CerradinhoBio, maior complexo produtor de bioenergia da América Latina, com unidades industriais em Chapadão do Céu (GO). A usina será instalada às margens da rodovia MS-157, em uma área de 115 hectares e investimento estimado em R$ 1 bilhão e geração de 150 empregos diretos e cerca de 500 indiretos.
Área onde será construída a Usina de Etanol Neomille (Foto: Chico Ribeiro)
Segundo o grupo, serão processadas 1,2 milhão de toneladas de milho por ano, assim que a operação começar. A indústria é licenciada para produção de 537 mil m³/ano de etanol, além de subprodutos como o DDG, ou farelo de milho (1.086 toneladas/dia), geração de 44 MW de energia e produção de 58 mil litros de óleo de milho ao dia.
Com essa licença, a empresa poderá, efetivamente, iniciar os trabalhos de construção do complexo industrial. As obras de instalação devem se estender por todo ano de 2022 e no ano que vem a usina entra em operação.
A primeira usina de etanol de milho em processo de instalação no Estado é a Inpasa Agroindustrial, em Dourados, que começou as obras no ano passado e tem previsão de ser concluída até fim desse ano.
Reinaldo Azambuja recebeu ainda uma homenagem pelo apoio durante a trajetória da Fundação MS. Foram três placas de homenagens entregues em alusão aos 30 anos da Fundação MS e aos 25 anos de realização do Showtec.
Além de Reinaldo Azambuja, foram homenageados o ex-secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel e a deputada federal e ex-ministra da Agricultura e Pecuária Tereza Cristina, que não pode comparecer à cerimônia, mas enviou um vídeo de agradecimento.
Showtec
Destinado aos produtores rurais, consultores, pesquisadores, técnicos, estudantes e profissionais que atuam ou querem atuar no agro, o Showtec é uma feira anual, onde são apresentados lançamentos, inovações tecnológicas, sistemas de produção, palestras técnicas e resultados de pesquisa que contribuem para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
Reinaldo Azambuja participa da abertura da Showtec e recebe homenagens pelo apoio ao agronegócio
O evento é a maior feira de tecnologia do agro de Mato Grosso do Sul e uma das maiores do Brasil. Há 25 anos agrega em um só local as mais relevantes tecnologias e informações, de uma forma direta e aplicável a produtores rurais e agentes do agro brasileiro, principalmente da região Centro-Oeste.
A feira acontece até sexta-feira (27), com 130 expositores de maquinários, equipamentos e insumos.
Também participaram do evento o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; presidente da OCB/MS, Celso Ramos Régis; presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi; secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck; diretor-presidente do Imasul, André Borges; o deputado estadual Renato Câmara; e os ex-secretários Eduardo Riedel e Geraldo Resende, entre diversas autoridades.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta sexta-feira (25) implementar a bandeira tarifária amarela nas contas de energia no mês de maio. Com isso, os consumidores terão custo extra de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Desde dezembro de 2024, a bandeira tarifária permanecia verde, por causa das condições favoráveis de geração de energia no país. Segundo a Agência, a mudança ocorreu devido à redução das chuvas, com a transição do período chuvoso para o período seco do ano.
“Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidrelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara”, explicou a Aneel.
Bandeiras tarifárias
Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas residências, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.
Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimos a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
As mulheres brasileiras receberam salários, em média, 20,9% menores do que os homens em 2024 em mais de 53 mil estabelecimentos pesquisados com 100 ou mais empregados.
“Na remuneração média, os homens ganham R$ 4.745,53, enquanto as mulheres ganham R$ 3.755,01. Quando se trata de mulheres negras, o salário médio vai para R$ 2.864,39”, diz o 3ª Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial.
O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (7) pelos ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego (MTE). Foram analisados, ao todo, 19 milhões de empregos, um milhão a mais que no relatório de 2023.
Em relação às mulheres negras, a média salarial é 52,5% menor que a dos homens não negros. Em 2023, mulheres negras recebiam 49,7% a menos que os homens não negros.
Alta gestão
Nos cargos de alta gestão, de diretoras e gerentes, a diferença salarial é ainda maior, com mulheres recebendo 26,8% a menos que os homens. Se comparadas as mulheres com nível superior, a diferença em relação aos homens com mesmo nível de escolaridade é ainda maior, com mulheres com diplomas recebendo 31,5% a menos.
A ministra da Mulher, Cida Gonçalvez, considerou que a desigualdade entre mulheres e homens persiste porque ainda é necessário que se sejam feitas mudanças estruturais na sociedade.
“Desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”, disse a ministra.
Os estados como Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e Distrito Federal foram os que registraram as menores desigualdades salariais.
Mais mulheres no mercado
Os ministérios envolvidos na pesquisa destacaram como positivo o fato de ter caído o número de empresas com menos de 10% de mulheres negras contratadas, de 21,6 mil para 20,4 mil.
“Houve um crescimento na participação das mulheres negras no mercado de trabalho. Eram 3,2 milhões de mulheres negras e passou para 3,8 milhões. Outra boa notícia é que aumentou o número de estabelecimentos em que a diferença é de até 5% nos salários médios e medianos para as mulheres e homens”, informaram as pastas.
Desigualdade estável
A porcentagem da massa de todos os rendimentos do trabalho das mulheres, entre 2015 e 2024, variou de 35,7% para 37,4%, segundo dados do MTE.
A subsecretária de Estatísticas do Trabalho do MTE Paula Montagner avaliou que, apesar das mulheres estarem mais no mercado de trabalho, o rendimento delas se manteve estável entre 2015 e 2024.
“Essa relativa estabilidade decorre das remunerações menores das mulheres, uma vez que o número delas no mercado de trabalho é crescente”, afirmou.
O número de mulheres empregadas aumentou de 38,8 milhões em 2015 para 44,8 milhões em 2024, crescimento de mais de 6 milhões de vagas ocupadas por mulheres. O de homens empregados cresceu no mesmo período em 5,5 milhões, chegando a 53,5 milhões no ano passado.
Caso as mulheres ganhassem igual aos homens na mesma função, R$ 95 bilhões teriam entrado na economia em 2024, apontou o relatório.
Mato Grosso do Sul deverá produzir 14,6 milhões de toneladas de soja nesta safra, que está na reta final de colheita. O volume esperado é 11,4% superior a safra anterior. Os dados revisados e consolidados são do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), ferramenta da Semadesc (Secretaria e Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) em parceria com a Aprosoja-MS e Sistema Famasul.
Segundo o titular da Semadesc, Jaime Verruck, a expectativa de área para esta safra de soja se confirmou em 4,5 milhões de hectares, ou seja 6,8% maior em comparação ao ciclo anterior. “Mas o que chama a atenção é a produtividade estimada, que apesar dos problemas climáticos, foi revisada de 51,7 sacas para 54,4 sacas por hectare, resultando em uma produção esperada de 14,686 milhões de toneladas”.
Este montante, de acordo com Verruck é 5% maior que a produtividade inicial esperada que somaria 13,9 milhões de toneladas. Essa perspectiva é baseada na amostragem de 10,7% da área estimada.
A estimativa para o milho da 2ª safra indica que a área cultivada deve atingir 2,103 milhões de hectares, com uma produtividade média de 80,8 sacas por hectare. A produção está estimada em 10,199 milhões de toneladas, representando um aumento de 20,6% em comparação com o ciclo anterior.
Levantamento
O levantamento é feito junto às empresas de assistência técnica, produtores rurais, sindicatos rurais e empresas privadas situadas nos principais municípios produtores de soja e milho em Mato Grosso do Sul. As informações primordiais coletadas abrangem estádios fenológicos, condições das lavouras, operações realizadas no momento, produtividade, produção, área cultivada, aspectos climáticos, além de dados econômicos relevantes.
De acordo com a avaliação do Siga-MS, cerca de 2,288 milhões de hectares estão afetados pelo estresse hídrico, representando 51% da área total. As lavouras mais atingidas foram aquelas implantadas entre setembro e meados de outubro.
Entre dezembro e janeiro, houve uma redução drástica nas precipitações, especialmente em janeiro, um mês crucial para a cultura da soja no estado, pois geralmente concentra o período de enchimento de grãos. Já a porcentagem de colheita está 2,4 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos.
O secretário salienta que os dados finais da safra ainda poderão sofrer mudanças por se tratar do início da amostragem. “A área, produtividade e produção ainda serão confirmadas no estado, pois estamos apenas no início da amostragem. Mesmo assim, a revisão dos dados mostrou sinais mais favoráveis em relação à safra de soja”, concluiu.
De acordo com informações do projeto Siga-MS, até 28 de março, a colheita da safra de soja 2024/2025 alcançava 93% da área acompanhada no Estado. A região sul estava com a colheita mais avançada, com média de 94,8%, enquanto a região centro tinha 92%, e a região norte com 87,5% de média. A área colhida até data, era de aproximadamente 4,1 milhões de hectares.
Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc Fotos: Bruno Rezende/Arquivo