A Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) já está recebendo as propostas para linha de crédito de R$ 2 milhões no total, denominada “Mulheres na Ciência Sul-mato-grossense”. O Edital foi lançado no último dia 15, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.
O objetivo da iniciativa é “selecionar e apoiar projetos de pesquisa e inovação que contribuam para o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso do Sul e que sejam coordenados por pesquisadoras mulheres vinculadas às ICTs e Universidades”, conforme descrito em edital. O presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira, prevê que toda a tramitação esteja concluída, os projetos selecionados e os recursos sejam liberados no dia 1º de julho.
“Adquirimos uma capacidade de segmentação do fomento por meio da Fundect, independente da relevância e da importância. Atingir a igualdade de gênero é uma batalha e temos que ser corajosos. Fala-se muito, mas as atitudes corajosas são poucas. E nosso papel na Secretaria (Semagro) é achar, dentro daqueles instrumentos que a gente tem, conseguir fazer um trabalho de destaque. E com a Fundect tem sido assim, temos segmentado as linhas de fomento dentro daquilo que consideramos relevante, com muito diálogo, ouvindo muito a sociedade, a Academia, os pesquisadores”, disse o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
A reitora do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), Elaine Cassiano, que é presidente do Conselho de Reitores, considerou de “extrema relevância” o olhar do Estado e do governo para a ciência, “não só com esse edital, mas pelo conjunto de ações”. Ela reconheceu o apoio às universidades e afirmou que Mato Grosso do Sul é um dos três Estados que privilegiam Ciência e Tecnologia “de forma organizada e com gestão”.
Por sua vez, a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Mariana de Aragão Pereira, assegurou que “nunca viu tanto investimento” em pesquisa em Mato Grosso do Sul como nos últimos anos. “Melhorou muito”.
O secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna, corroborou com a afirmação dando números. Segundo ele, o orçamento anual para o setor, antes, girava em torno de R$ 30 milhões, porém geralmente se aplicava metade desse montante. “No ano passado aplicamos R$ 100 milhões em C&T. Isso é transformador, embora eu reconheça: nunca é demais investir em Saúde e Educação. Porém, investir na ciência é transformador.”
A ideia – prosseguiu Jaime Verruck – é deixar uma política de Estado definida em relação à Ciência e Tecnologia. “Conseguimos estabelecer um novo patamar para o setor. A Ciência, Tecnologia e Inovação têm feito muita diferença na vida das pessoas. Fico encantado todos os dias ao saber o que está sendo feito no Estado, o quanto já temos e o quanto ainda está em desenvolvimento.”