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Dourados tem a quinta maior taxa de estupro do país, aponta Anuário

A taxa de estupros em Dourados é significativamente alta quando comparada com outras cidades brasileiras

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Dourados ocupa a preocupante quinta posição no ranking nacional de cidades com maior percentual de estupro, incluindo casos de estupro de vulnerável, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 lançado nesta quinta-feira (18/7).

De acordo com o documento, a maior e mais populosa cidade do interior de Mato Grosso do Sul fica atrás apenas dos seguintes municípios: 1. Sorriso (MT) – 113,9 para casa grupo de 100 mil habitantes; 2. Porto Velho (RO) – 113,6; 3. Boa Vista (RR) – 110,5; e 4. Itaituba (PA) – 100,6.

Conforme o levantamento, no Brasil ocorre um estupro a cada seis minutos. De 2011 a 2023, a taxa desse tipo de crime cresceu 91,5%, sendo contabilizadas 83.988 vítimas.

A taxa de estupros em Dourados é significativamente alta quando comparada com outras cidades brasileiras. O município está em primeiro lugar na lista dos 50 municípios com mais de 100 mil habitantes com as piores taxas deste crime.

Quando se trata de estupro contra crianças de 0 a 13 anos, o município tem a marca assustadora de 343,2 ocorrências por 100 mil habitantes. Dourados é seguido por Sorriso (326,3) no Mato Grosso e Passo Fundo (312,3), no Rio Grande do Sul.

Do perfil das vítimas, 76,0% são vulneráveis; 88,2% do sexo feminino; 52,2% negras; 61,6% tem até 13 anos; 11,1% entre 0 e quatro anos; 18,0% entre cinco e nove anos; e 32,5% entre 10 e 13 anos.

Recentemente, a reportagem mostrou dados extraídos do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (Sinan) da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, que apontavam que menores vítimas de violências sexuais são abusadas por pessoas do próprio núcleo familiar.

Neste anuário, os dados se assemelham, visto que entre as vítimas de 0 a 13 anos, 64% dos agressores são do núcleo familiar, enquanto 22,4% corresponde a conhecidos.

Já com as vítimas de 14 ou mais, 31,2% dos casos de estupro são praticados no contexto familiar; 28,1% por parceiros íntimos; 9,9% por ex-parceiros e 13,2% por conhecidos.

Dados sobre locais onde ocorrem a maior parte dos abusos reforçam o fato desses crimes serem cometidos por pessoas do próprio núcleo familiar.

A maior parte dos casos ocorre dentro da própria residência, 52,1 dos casos de estupro e 64,7 dos casos de estupro de vulnerável.

Esse ambiente, que deveria ser de segurança e proteção, muitas vezes se torna o palco de abusos cometidos por familiares ou pessoas próximas. A proximidade e a confiança, características naturais das relações familiares, são exploradas pelos agressores.

O anuário também mostra que, das violências contra crianças e adolescentes, em 2022/2023, 22,0% são casos de abandono de incapaz; 34,0% de abandono material; 42,6% pornografia infanto-juvenil; 24,1% exploração sexual infantil; e 28,4% subtração de crianças e adolescentes.

 

(Fonte: DouradosNews. Foto: Divulgação)

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