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Saúde

Associação médica alerta que risco de engasgo é maior entre idosos e crianças

De acordo com a ABORL-CCF, a frequência da disfagia oscila conforme a idade e condição de saúde de cada indivíduo.

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Na semana em que se celebra o Dia Nacional de Atenção à Disfagia, comemorado em 20 de março, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) emite um alerta sobre os riscos que a dificuldade de engolir alimentos e líquidos pode trazer à saúde. A nota técnica, que pode ser conferida aqui, traz recomendações sobre a atenção ao engasgo e à dificuldade de deglutição, problema classificado pela medicina como disfagia.

“O engasgo é uma situação que pode colocar a vida em risco, pois impede a passagem de ar para os pulmões, podendo provocar morte por parada respiratória. E pessoas de diferentes faixas etárias podem sofrer com o problema, sendo os idosos e as crianças, especialmente os bebês, os grupos mais vulneráveis”, explica a coordenadora do Departamento de Foniatria da ABORL-CCF, Mônica Elisabeth Simons Guerra.

De acordo com a ABORL-CCF, a frequência da disfagia oscila conforme a idade e condição de saúde de cada indivíduo. Em crianças, pode estar presente em mais de 25%, podendo variar de 20% até 80% naquelas com múltiplos comprometimentos de saúde, como transtornos neurológicos, a exemplo da lesão cerebral adquirida ou doenças neuromusculares, malformações craniofaciais ou das vias aéreas, doenças respiratórias, cardíacas ou gastrointestinais.

“O mecanismo da mastigação qualifica os alimentos para serem engolidos com segurança. Alertamos para a exposição de objetos e brinquedos inadequados para a idade, pois, no desenvolvimento infantil a exploração dos objetos pela boca é normal. Por isso, a vigilância é essencial para evitar o engasgo e aspiração desses objetos”, alerta a especialista da ABORL-CCF,  Andressa Guimarães.

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2020 e 2021 registraram-se 1.616 óbitos na faixa etária de 0 a 14 anos por causas externas, como o acidente doméstico, sendo a sufocação ou obstrução das vias aéreas a principal causa de morte acidental de bebês menores de um ano, sendo quase 80% dos óbitos na faixa etária entre 0 e 4 anos. De 2009 a 2019, o número de óbitos por engasgo em crianças no Brasil chegou a 2.148 casos, de acordo com o Datasus.

O risco de disfagia também aumenta na fase da maturidade. O problema pode acometer de 16% a 22% da população acima dos 50 anos, segundo a ABORL-CCF.

“À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por mudanças fisiológicas, incluindo transformações na maneira como engolimos. Por isso, após os 80 anos, o ato de engolir, seja alimentos sólidos, líquidos ou mesmo saliva, pode se tornar mais desafiador do que costumava ser. E pessoas com comorbidades, por exemplo, AVC e Doença de Parkinson, têm ainda maior chance de sofrer de disfagia”, explica a especialista da ABORL-CCF, Karine Gonçalves.

Embora os distúrbios da deglutição sejam pouco reconhecidos pelos pacientes e profissionais de saúde, a ABORL-CCF destaca na nota técnica que esta deve ser uma preocupação emergente, pois a disfagia pode ter um impacto maior na qualidade de vida e se tornar um problema de saúde pública. A entidade crê ser necessária uma força-tarefa de conscientização sobre engasgo desde o preparo gestacional com educação materna, na educação infantil, treinamento de educadores, e profissionais que estão envolvidos no dia a dia das crianças, bem como, trabalhadores do segmento de alimentação, como restaurantes, e espaços de lazer.

“Acreditamos ser de suma importância a capacitação das pessoas para aprenderem sobre os primeiros socorros. Não só os profissionais de saúde ou de atendimento de emergência, como diversas classes de profissionais. Reconhecer os sinais de engasgo e ter conhecimento para realizar a manobra de Heimlich, por exemplo, é fundamental para salvar vidas,” afirma a otorrinolaringologista da ABORL-CCF, Gisele Hennemann.

A manobra de Heimlich é uma técnica de primeiros socorros utilizada para remover alimento ou corpo estranho das vias aéreas de adultos e crianças maiores de 1 ano. Ela pode ser executada por qualquer pessoa treinada, independentemente de atuar ou não no segmento de saúde.

Campanha

Para conscientizar sobre as consequências do engasgo e orientar à população sobre a importância de diagnóstico médico diante de problemas de deglutição, a ABORL-CCF promove a 1ª Campanha da Disfagia, com o mote “Engasgo – conhecimento salva vidas”, até sexta-feira (22).

“Nosso objetivo é auxiliar a população e a classe de profissionais de saúde a reconhecer os sinais e sintomas da disfagia, alertar sobre seu risco para a saúde e que ela não pode ser negligenciada. Diante da suspeita do problema, um otorrinolaringologista deve ser procurado para a avaliação e correto diagnóstico”, recomenda a especialista da ABORL-CCF,  Eliézia Helena de Lima Alvarenga.

A Campanha reúne médicos instruindo a população sobre sinais e sintomas, levando conhecimento sobre manobras de como auxiliar diante de situações de engasgo e respondendo dúvidas em bate-papos ao vivo pelo Instagram @otorrinoevoce, canal mantido pela ABORL-CCF para a promoção da educação em saúde.

Sobre a ABORL-CCF

Com 75 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade através de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos, entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.600 otorrinolaringologistas em todo o país.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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Saúde

Hospital da Vida recebe 25 bombas de infusão para atender ala vermelha e UTI

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Equipamentos foram entregues na manhã desta sexta-feira durante vistoria técnica do prefeito Marçal e do secretário de saúde Márcio Figueiredo – Foto: A. Frota

O Hospital da Vida recebeu um reforço importante para o atendimento de pacientes em estado crítico. Foram adquiridas 25 bombas de infusão com recursos próprios da Prefeitura de Dourados. Os equipamentos foram entregues na manhã desta sexta-feira (25) pelo prefeito Marçal Filho e pelo secretário municipal de Saúde, Márcio Figueiredo, durante vistoria à unidade hospitalar que recebe pacientes de 33 municípios da região da Grande Dourados.

As bombas de infusão, da marca Mindray, serão utilizadas na ala vermelha, setor de atendimento a pacientes em estado grave, e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que concentra os casos mais delicados de um hospital. Segundo a diretora-técnica da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud), Fernanda Eneas da Silva, a chegada dos equipamentos ocorre em um momento oportuno.

A Fundação é responsável pela administração do Hospital da Vida e da UPA. “Esses equipamentos vêm para dar suporte aos que já possuímos e são fundamentais para garantir a precisão na administração de medicamentos, soros e outros fluidos essenciais aos pacientes”, explicou. Ela destacou que alguns pacientes da UTI necessitam de até cinco bombas de infusão simultâneas, o que evidencia a importância do reforço.

As bombas de infusão permitem maior controle na dosagem de medicamentos, reduzem riscos de erros humanos e otimizam o trabalho das equipes de saúde. “É um investimento que traz segurança ao paciente e eficiência ao atendimento”, afirmou a diretora.

Durante a entrega, o prefeito Marçal Filho reconheceu os desafios enfrentados pelo município, mas reforçou o compromisso da gestão com a melhoria dos serviços de saúde. “Mesmo diante das dificuldades, estamos empenhados em garantir estrutura e condições para que a população seja atendida com qualidade”, declarou. “Sabemos que temos muito a fazer, mas não mediremos esforços para garantir que as pessoas sejam bem atendidas na rede pública de saúde”, completou o prefeito.

O Hospital da Vida é referência para 34 municípios da região e enfrenta constantes episódios de superlotação. Com a proximidade do inverno, a demanda tende a aumentar, especialmente por conta de casos de síndrome respiratória.

O secretário de Saúde, Márcio Figueiredo, reforçou o apelo à população para que se vacine contra a gripe, especialmente crianças e idosos, que são os mais vulneráveis. A vacina está disponível em todas as unidades básicas de saúde e no Pronto Atendimento Médico (PAM).

Equipamentos foram entregues no Hospital da Vida – Foto: A. Frota

 

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Saúde

Residentes em Medicina de Família e Multiprofissional têm aula magna nesta sexta

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O palestrante da aula magna será o Dr. Marcos Vinícius Soares Pedrosa- Crédito: Divulgação

A Prefeitura de Dourados, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sems), promove nesta sexta-feira (25) a aula magna dos programas de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade e Residência Multiprofissional em Saúde da Família SeMS/ Fiocruz. A ação será às 09h30, na Unigran.

O palestrante da aula magna será o Dr. Marcos Vinícius Soares Pedrosa e o encontro reunirá residentes, preceptores, docentes, gestores e profissionais de saúde em um momento estratégico de acolhimento, alinhamento e integração.

A Sems destaca que a atividade tem como objetivo reafirmar os princípios e valores do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo a articulação entre ensino, serviço e comunidade.

Com foco na Atenção Primária à Saúde (APS) como ordenadora do cuidado e coordenadora das redes de atenção, a Aula Magna aprofunda temas centrais da prática em saúde da família, como integralidade do cuidado, interprofissionalidade, vínculo com os usuários e responsabilidade sanitária sobre o território.

A Prefeitura promove tais ações para proporcionar um espaço formativo que agrega conhecimento aos profissionais sempre com ênfase de uma abordagem completa a realidade dos territórios nos quais atuam.

 

Com assessoria.

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Saúde

Dourados registra terceira captação de órgãos do ano no Hospital da Vida

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Equipe responsável pela captação dos órgãos no Hospital da Vida em Dourados – Foto: Assecom

Na tarde desta quarta-feira (23), foi realizada a terceira captação de órgãos do ano em Dourados, no Hospital da Vida. A doação partiu de um paciente de 48 anos, morador da região sul do estado, e resultou na retirada de rins, fígado e córneas. A logística da operação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que disponibilizou um helicóptero para o transporte imediato dos órgãos doados.

O fígado e as córneas seguiram para Campo Grande, onde o fígado foi transplantado ainda nesta quarta-feira no Hospital Adventista do Pênfigo. Já os rins foram encaminhados em voo direto para Porto Alegre (RS), onde irão beneficiar pacientes em lista de espera.

De acordo com o médico Gustavo Rapassi, responsável técnico pela captação e pelos transplantes renais, houve incerteza inicial sobre a viabilidade do fígado, exigindo resposta rápida da equipe. Durante o procedimento, foi observado que o órgão era utilizável, com isso foi solicitado o apoio da PRF para garantir que o órgão chegasse a tempo na capital sul-mato-grossense.

A coordenadora da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO) em Dourados, Ludelça Dorneles, destacou que esta é a terceira captação realizada em 2025. Segundo ela, o número de doações sofreu queda após a pandemia do Coronavírus: foram três em 2021, cinco em 2022, sete em 2023 e quatro em 2024.

O Hospital da Vida é referência para cerca de 1 milhão de habitantes da região sul de Mato Grosso do Sul e funciona como unidade de portas abertas. Apesar da estrutura e da abrangência, o número de captações poderia ser maior, mas esbarra na negativa de muitas famílias. A captação de órgãos é um processo complexo que ocorre somente após a constatação de morte encefálica por meio de exames rigorosos e com autorização da família. A retirada dos órgãos é feita por equipe especializada, como a que atua em Dourados.

PRF disponibilizou um helicóptero para o transporte imediato dos órgãos doados

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