Para o médico Gustavo Rapassi, Tamires chegou com um quadro de Hepatite Aguda Grave, cujo o tratamento precisava ser imediato. “A nossa principal preocupação era que a doença não evoluísse para uma hepatite fulminante – último estágio da doença. Quando ela deu entrada no hospital [Santa Casa], nós já pensamos nesta possibilidade de transplante e tratamos a gravidade da forma como ela merecia. De imediato, buscamos o contato com um hospital que pudesse receber uma paciente tão grave – o Hospital das Clínicas de pronto nos abriu as portas para recebê-la, conseguimos o transporte aéreo por parte do Governo do Estado, via a SES, e em menos de 60 horas do diagnóstico, ela já estava dando entrada no Hospital das Clínicas. Foi um transplante difícil, com algumas complicações devido à gravidade da doença, mas graças a Deus, deu tudo certo”.
Quanto ao pós-operatório, o Hospital Adventista do Pênfigo de Campo Grande decidiu apoiar a causa do transplante em Mato Grosso do Sul, onde com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, pretende-se criar um Centro Especializado em Hepatologia para o cuidado com o paciente portador de doença crônica do fígado.
“Assim, estamos trabalhando de duas formas: com o ambulatório do pré-transplante, onde a gente recebe os pacientes sem necessidade de regulação, de portas abertas, basta o paciente fazer um contato prévio. Àquele paciente que tem necessidade de transplante, nós buscamos uma equipe em algum centro para que possa receber este paciente. Uma vez que estes pacientes são transplantados, começamos o acompanhamento ambulatorial e tudo de forma gradual. A Tamires vai passar por uma consulta conosco e outra lá no Hospital das Clínicas recebendo o apoio do Estado, até que ela possa acompanhar o seu pós-operatório somente conosco. A outra é que nós demos entrada no programa de retirada de órgãos, acompanhamos a equipe de retirada, fazemos a extração de órgãos e enviamos para outros estados, mas nós estamos no ponto final de estruturação para que a gente comece até dezembro o transplante de rim e fígado no Hospital do Pênfigo”, explica Rapassi.
“Este é o SUS que dá certo. É o SUS que queremos construir em Mato Grosso do Sul e este caso da Tamires é um exemplo para todos nós”, comemora o secretário que também é entusiasta para qualquer tipo de transplante realizado no Estado.
Retomada
Mônica agradece a todos que colaboraram para ajudar Tamires e diz que agora a missão é retomar a vida. “Vou arrumar um emprego, já que fui desligada via celular em razão do tratamento da minha filha. Tive que entregar a casa que morava com os meus outros filhos e fui para casa de parentes, mas agora estamos retomando à vida. Quero agradecer muito a todos que lembraram e fizeram pela minha filha. Agradeço ao Estado, à SES, o Dr. Geraldo, o Dr. Gustavo e a toda a sua equipe, a Dra. Liliane Ducatti – do Hospital das Clínicas que também foi um anjo para nós. Assim, agradeço a todos por esta ajuda.”
Tímida, Tamires só consegue agradecer. “Agradeço a todos aqueles que salvaram a minha vida”.
(Com assessoria. Foto: Divulgação)