A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), promove a Campanha Novembro Azul, com foco na conscientização e prevenção de doenças, incentivando hábitos saudáveis entre os homens. Durante o mês, as Unidades de Saúde da Família (USFs) realizarão ações para promover a saúde integral masculina. O lançamento ocorreu na USF do Jardim Botafogo, nesta sexta-feira (08/11), com palestras e agendamento de consultas e exames.
De acordo com a gerente técnica de Saúde do Homem e da Pessoa Idosa da SESAU, médica Talita Kele Alves, a campanha vai além da prevenção do câncer de próstata, abordando a saúde integral masculina.
“A campanha inclui exames preventivos e orientações sobre saúde bucal, doenças cardiovasculares, rastreamento de câncer de testículo e saúde mental. Os homens que procurarem as USFs terão atendimento médico para uma avaliação completa e realização dos exames necessários”, explica Alves.
A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, reforça a importância da prevenção e do autocuidado. “O público-alvo da Campanha Novembro Azul são homens a partir de 50 anos, especialmente aqueles com histórico familiar ou fatores de risco. Esses homens serão encaminhados para exames de ultrassonografia e outros preventivos essenciais”, destaca.
Segundo a superintendente da Rede de Atenção Básica da SESAU, Ana Paula Resende, as ações nas USFs são fundamentais. “Essas iniciativas de promoção e prevenção são extremamente importantes na Atenção Primária em Saúde. É justamente neste ponto que essas ações devem ocorrer. A campanha Novembro Azul convida os homens a comparecerem às unidades para fazer seus exames preventivos, incluindo o PSA, além da indicação de ida ao urologista e a realização de ultrassonografia.”
Na USF do Jardim Botafogo, o aposentado José Eduardo de Mello, 63 anos, que mora próximo à unidade, participou das atividades. “Vim hoje para aproveitar os serviços oferecidos. Acho muito importante, especialmente para quem, como eu, é diabético. Descobri a doença há um ano e meio e sempre venho ao médico para evitar complicações. A prevenção é essencial, pois é uma condição muito perigosa”, ressalta.
Prevenção à Saúde do Homem
Para garantir mais qualidade de vida, a prevenção é o primeiro passo. Hábitos saudáveis, atividade física regular, alimentação balanceada e uso moderado de bebidas alcoólicas ajudam a reduzir doenças evitáveis. O acompanhamento médico preventivo é essencial.
O apoio familiar é fundamental, já que muitos homens evitam ir ao médico, o que acaba atrasando o diagnóstico. Casados há 44 anos, José Alves, 67 anos, e Patrícia da Silva Leonel, 65 anos, frequentam a USF Jardim Botafogo. “Eu sempre marco as consultas para ele, porque os homens geralmente evitam o médico”, comenta a dona de casa. José confirma: “Os homens costumam adiar o cuidado com a saúde. É importante que as mulheres incentivem e ajudem a marcar as consultas.”
Para um acompanhamento eficaz, alguns exames devem fazer parte da rotina masculina:
Aferição da pressão arterial
Monitoramento das taxas de colesterol
Testes para infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, hepatite B (HBsAg) e hepatite C (anti-HCV).
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), regulamentada em 2021, busca melhorar a saúde da população masculina brasileira com cinco eixos temáticos:
Acesso e acolhimento
Saúde sexual e reprodutiva
Paternidade e cuidado
Doenças prevalentes na população masculina
Prevenção de violências e acidentes
Programação nas Unidades de Saúde
Durante o mês de novembro, a SESAU, por meio da Coordenadoria de Atenção Básica (CRAB), promove o Circuito da Saúde do Homem, com atendimentos como aferição de pressão arterial, glicemia, testes rápidos para HIV e sífilis, além de ultrassonografia de próstata realizada pelo Dr. Jamal Salem.
A coordenadora da Rede de Atenção Básica da SESAU, Glória de Araújo Pereira, explica que as ações serão realizadas nas USFs durante todo o mês. “Estamos oferecendo assistência aos homens sem necessidade de agendamento, aproveitando a visita à unidade para disponibilizar todos os serviços.”
O evento principal da Campanha Novembro Azul ocorrerá nesta sexta-feira (08/11), na USF Jardim Botafogo.
Cronograma das ações:
Segundas, quartas e sextas-feiras (Matutino – 07h30)
08/11 – USF Botafogo
08/11 – USF Vila Nasser
11/11 – USF Vida Nova
13/11 – USF Nova Bahia
18/11 – USF Portal Caiobá
22/11 – USF Vila Fernanda
25/11 – USF Mape
27/11 – USF Dom Antônio
Ações já realizadas: USF Jardim Presidente (01/11), USF Vila Cox (04/11) e USF Tarumã (06/11).
Terças e quintas-feiras (Vespertino – 13h30)
12/11 – USF São Francisco
14/11 – USF Nova Lima
19/11 – USF Aero Rancho Granja
21/11 – USF Seminário
26/11 – USF Carvalho
28/11 – USF José Abrão
Ação realizada: USF Buriti (07/11).
Sobre a Campanha Novembro Azul
O Novembro Azul é uma campanha mundial de conscientização sobre a saúde masculina, voltada especialmente à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de próstata. A iniciativa começou em 2003, na Austrália, e se consolidou no Brasil em 2008, promovida por instituições de saúde como o Instituto Nacional de Câncer (INCA), com apoio do Ministério da Saúde.
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, excluindo tumores de pele não melanoma. Estima-se que surgirão 71.730 novos casos no Brasil entre 2023 e 2025. Em Mato Grosso do Sul, espera-se cerca de 1.230 casos, sendo 420 novos casos anuais em Campo Grande.
Em Campo Grande, o câncer de próstata é a segunda maior causa de mortalidade entre homens, segundo o Painel Oncologia/DATASUS, com 57 óbitos registrados em 2024 e 71 em 2023. Em 2023, outros óbitos foram atribuídos a câncer de pâncreas (40), cólon (48), esôfago (49) e brônquios/pulmões (73).
As doenças cardiovasculares também são motivo de preocupação. De acordo com a OMS, em 2019, ocorreram quase 18 milhões de mortes por doenças cardiovasculares no mundo, representando 32% de todas as mortes. Em Campo Grande, foram registrados 1.005 óbitos em 2023 e 754 em 2024.
O número de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) cresceu 52% no Brasil na última década, passando de 47.846 em 2014 para 73.160 em 2024. A alta mais expressiva se deu em 2021 e 2022, durante a pandemia de covid-19.
Os dados fazem parte do estudo A Medicina Intensiva no Brasil: perfil dos profissionais e dos serviços de saúde, divulgado nesta terça-feira (19) pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).
Em nota, a entidade avalia que, apesar do aumento considerado significativo, a distribuição permanece “gravemente desigual”, tanto pelo aspecto territorial, quanto pelo social.
“Uma análise crítica sobre as informações do estudo demonstra a necessidade de adoção de políticas públicas que promovam uma distribuição mais justa da infraestrutura hospitalar e de profissionais intensivistas pelo país”.
De acordo com a Amib, a disparidade começa pela comparação entre a oferta de leitos para a rede pública e para rede privada de saúde. Em 2024, do total de leitos de UTI existentes no Brasil, 51,7% ou 37.820 são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais 48,3% ou 35.340 estão no sistema suplementar.
“Apesar da proximidade dos números de leitos de cuidados intensivos disponíveis entre as redes pública e privada, a diferença entre a população atendida pelos dois universos evidencia o problema”, completou a associação.
Os números mostram que no SUS, sistema do qual dependem 152 milhões de pessoas, há 24,87 leitos por 100 mil habitantes. Já na rede privada, que tem 51 milhões de beneficiários de planos de saúde, a disponibilidade de leitos de UTI é de 69,28 por 100 mil beneficiários.
Outra disparidade é verificada entre as regiões brasileiras. Enquanto o Norte apresenta 27,52 leitos de UTI por 100 mil habitantes, o Sudeste registra 42,58 leitos. Em todo o país, a densidade de leitos por 100 mil habitantes é de 36,06. Entretanto, 19 dos 27 estados da federação estão abaixo desse patamar – os extremos vão de 20,95, no Piauí, a 76,68, no Distrito Federal.
Intensivistas
O estudo destaca ainda que, enquanto o número total de médicos, com ou sem especialidade, cresceu 51% entre 2011 e 2023 em todo o país, a quantidade de médicos especialistas em medicina intensiva cresceu 228% no mesmo período – foram contabilizados 8.091 intensivistas em 2023, e 2.464 em 2011.
De acordo com a Amib, a maior parte dos médicos intensivistas em atividade no Brasil se formou há mais de 10 anos, sendo que mais de 75% acumulam entre 10 e 39 anos de prática profissional.
Dentre os intensivistas, a maioria é do sexo masculino (60%) e a faixa etária predominante fica entre 35 e 64 anos, com uma idade média de 52 anos. As mulheres estão as médicas mais jovens, “sugerindo uma possível tendência de aumento da participação feminina na especialidade ao longo do tempo”.
Apesar do crescimento geral da especialidade, Norte e Nordeste registram uma média inferior de intensivistas por habitante quando comparadas às demais regiões, acompanhando a tendência apresentada pela presença menor de leitos de UTI. O Sudeste soma 6.239 registros profissionais, enquanto o Centro-Oeste tem 899 registros. Já o Norte conta com 348 registros.
O Distrito Federal responde pela maior densidade de médicos intensivistas no país, com 14,06 especialistas para cada 100 mil habitantes. O índice representa quase o dobro da densidade do Sudeste (7,35) e quase três vezes a densidade do Mato Grosso do Sul (4,9), que tem base populacional semelhante.
No outro extremo, o Amapá conta com cinco intensivistas, “o que gera uma densidade praticamente nula de especialistas para cada 100 mil habitantes”.
“Nas capitais, a probabilidade de encontrar esse profissional é significativamente maior. A densidade de intensivistas nas 27 capitais brasileiras (14,28) é cinco vezes maior do que a encontrada na soma de todos os outros municípios (2,84)”, concluiu a Amib.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.
Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.
Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.
“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.
Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.
No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.
Mato Grosso do Sul já registrou 19.429 casos prováveis de Dengue, sendo 16.012 casos confirmados, em 2024. Estes dados foram apresentados no boletim referente à 45ª semana epidemiológica, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta terça-feira (19). Segundo o documento, 30 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 17 estão em investigação.
Nos últimos 14 dias, Porto Murtinho, Amambai, Caarapó e Itaquiraí tiveram casos confirmados para doença. Já os óbitos registrados ocorreram nos municípios de Maracaju, Chapadão do Sul, Coronel Sapucaia, Dourados, Laguna Carapã, Naviraí, Sete Quedas, Amambai, Paranhos, Ponta Porã, Iguatemi, Itaquiraí, Aparecida do Taboado, Mundo Novo, Campo Grande e Bonito. Entre as vítimas, 15 delas possuíam algum tipo de comorbidade.
Vacinação
Ainda conforme o boletim, 100.999 doses do imunizante já foram aplicadas para idade permitida em bula na população. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 189.910 doses do imunizante contra a dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.
Chikungunya
Em relação à Chikungunya, o Estado já registrou 3.280 casos prováveis, sendo 917 confirmados. Não há óbitos registrados. A SES alerta que as pessoas devem evitar a automedicação. Em caso de sintomas de dengue ou Chikungunya, a recomendação é procurar uma unidade de saúde do município.